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La relación entre los procesos locales y globales en la producción y circulación de conocimiento científico se discute en el campo de los estudios de la ciencia y la tecnología en América Latina desde por lo menos la década de 1980. Este artículo indaga cómo se configura y cuál es el peso de lo local para comprender el anclaje geopolítico y físico de las comunidades de científicos de la región. Se presentan resultados obtenidos en un análisis etnográfico de un laboratorio de neurociencias argentino. En dicho análisis se examina lo que implicó para este grupo hacerse un lugar en las neurociencias a partir de la investigación con animales no convencionales y cómo este modo particular de proceder en la investigación le permitió, desde una mirada propia en la que confluían aspectos locales y globales, insertarse en la ciencia internacional. Se concluye que la importancia de destacar el peso de lo local en la comprensión de las prácticas de las comunidades científicas de la región se debe a que ellas no pueden mirar hacia afuera si no tienen un lugar desde donde mirar y hacer ciencia.
The relationship between local and global processes in the production and circulation of scientific knowledge has been discussed in the field of science and technology studies in Latin America since at least the 1980s. This article explores how it is configured and what is the weight of the local to understand the geopolitical and physical anchoring of Latin American scientific communities. Results obtained in an ethnographic analysis of an Argentine neuroscience laboratory are presented. This analysis examines what it meant for this group to make a place for themselves in neuroscience as they do research with unconventional animals. Therefore, it is shown how the proceedings in the research with these animals allowed the group to insert itself, with a perspective in which local and global aspects converged, in the international stream of science. It is concluded that the importance of highlighting the weight of the local in the understanding of the practices of Latin American scientific communities derives from the fact that they cannot look outside if they do not have a place from which to look and do science.
A relação entre os processos locais e globais na produção e circulação do conhecimento científico vem sendo discutida no campo dos estudos de ciência e tecnologia na América Latina desde pelo menos a década de 1980. Este artigo investiga como ela se configura e qual o peso da o local para entender a ancoragem geopolítica e física das comunidades científicas da região. São apresentados os resultados obtidos em uma análise etnográfica de um laboratório de neurociências argentino. Esta análise examina o que significou para esse grupo se posicionar na neurociência a partir de pesquisas com animais não convencionais. Assim, mostra-se como o modo particular de proceder na investigação com estes permitiu que eles se inserissem na ciência internacionalizada a partir de uma perspectiva própria em que aspectos locais e globais convergiam ao mesmo tempo. Conclui-se que a importância de destacar o peso do local na compreensão das práticas das comunidades científicas da região se deve ao fato de que não podem olhar para fora, se não tiverem um lugar para olhar e fazer ciência.
