Rayane Aparecida Silveira Soares
El contexto brasileño está marcado por discursos moralistas y conservadores, que asumen el tema de "géneros y sexualidades" como el enemigo de la familia tradicional brasileña. La población LGBT, que tradicionalmente ha sido objeto de violencia e incluso exterminios, teme que ahora se vuelvan a violar sus derechos y se coarte su libertad como en la dictadura cívico-militar. Este temor se ve exacerbado por los últimos ataques a las instituciones democráticas, que amenazan su integridad. Estos hechos del presente nos hacen cuestionar nuestra historia, cuestionando nuestro pasado reciente de terror, en busca de problematizar también el ahora. El objetivo general de esta investigación es analizar los significados que se construyen en torno a la población LGBT en las memorias de la violencia ejercida por agentes del Estado contra estas personas, durante la dictadura cívico-militar brasileña. Además, es importante analizar, en estas memorias, los movimientos de resistencia colectiva creados por estas personas en el contexto de la dictadura. La investigación es de carácter documental y tiene como principal fuente de datos el informe de la Comisión Nacional de la Verdad, así como publicaciones científicas, en las que se encuentran registros de producciones culturales y de las formas en que estas personas se organizaron colectivamente para resistir las políticas de represión del Estado, como los periódicos Lampião da Esquina y los boletines ChanacomChana. Los estudios interseccionales son referentes teórico-metodológicos de esta investigación, así como los aportes de Judith Butler y Giorgio Agamben. La discriminación contra la población LGBT fue también un hito de la violencia practicada en el contexto de la dictadura cívico-militar brasileña, para hacerse presente en varias capas y manifestaciones de la cultura brasileña. Los resultados se discuten a partir de tres ejes analíticos: 1) la política conservadora y moralista en la dictadura militar: género y sexualidad como blancos del estado de excepción; 2) lo "femenino subversivo" como abyecto; 3) las resistencias y producción artístico-cultural de las personas LGBT. Si bien existen algunas brechas, cuando se trata del análisis de algunos marcadores sociales de diferencias, sobre todo en lo que se refiere a temas raciales, el informe de la Comisión Nacional de la Verdad permite tener una comprensión amplia del tema investigado. La producción de la memoria colectiva de este periodo es un esfuerzo necesario y relevante para la aparición social de las políticas de muerte activadas por el Estado en este momento histórico. En cuanto a la población LGBT, también se puede destacar la resistencia que marcó y marcó la historia de la organización colectiva de estos grupos en la producción de memorias y en la exigencia de derechos.
The Brazilian context is marked by moralistic and conservative discourses, which assume the theme of "genders and sexualities" as the enemy of the traditional Brazilian family. The LGBT population, who have traditionally been the target of violence and even exterminations, fear that they will now again have their rights violated and their freedom curtailed as in the civic-military dictatorship. This fear is exacerbated by the latest attacks on democratic institutions, which threaten their integrity. These facts of the present make us question our history, casting questions to our recent past of terror, in search of problematizing the now as well. The general objetive of this research is to analyze the meanings built up around the LGBT population in the memories of the violence practiced by agents of the State against these people, during the Brazilian civic-military dictatorship. In addition, it is important to analyze, in these memoirs, the collective resistance movements created by these people in the context of the dictatorship. The research is of a documentary nature and has as its main source of data the report of the National Truth Commission, as well as scientific publications, in which are found records of cultural productions and of the ways in which these people organized themselves collectively to resist the policies of repression of the State, such as the newspapers Lampião da Esquina and the bulletins ChanacomChana. The intersectional studies are theoretical-methodological references of this research, as are the contributions of Judith Butler and Giorgio Agamben. Discrimination against the LGBT population was also a landmark of the violence practiced in the context of the Brazilian civic-military dictatorship, so as to make itself present in various layers and manifestations of Brazilian culture. The results are discussed from three analytical axes: 1) the conservative and moralistic policy in the military dictatorship: gender and sexuality as targets of the state of exception; 2) the "subversive feminine" as abject; 3) the resistances and artistic-cultural production of LGBT people. Even though there are some gaps, when it comes to the analysis of some social markers of differences, above all as far as racial issues are concerned, the report of the National Truth Commission makes it possible to have a broad understanding of the theme researched. The production of the collective memory of this period is a necessary and relevant effort for the social appearance of the policies of death activated by the State at this historical moment. As far as the LGBT populationis concerned, one can also highlight the resistance that marked and marked the history of the collective organization of these groups in the production of memoirs and in the demand for rights.
O contexto brasileiro é marcado por discursos moralistas e conservadores, que assumem o tema “gêneros e sexualidades” como o inimigo da família tradicional brasileira. A população LGBT, que, tradicionalmente, tem sido alvo de violências e, até mesmo, extermínios, teme que agora tenha novamente seus direitos violados e sua liberdade cerceada como na ditadura cívico-militar. Esse temor agrava-se diante dos mais recentes ataques às instituições democráticas, que ameaçam a sua integridade. Estes fatos do presente fazem-nos questionar a nossa história, lançando perguntas para o nosso passado recente de terror, na busca de problematizar também o agora. O objetivo geral desta pesquisa é analisar os sentidos construídos em torno da população LGBT nas memórias das violências praticadas por agentes do Estado contra essas pessoas, durante a ditadura cívico-militar brasileira. Além disso, importa analisar, nessas memórias, os movimentos coletivos de resistência criados por essas pessoas no contexto da ditadura. A pesquisa é de caráter documental e tem como principal fonte de dados o relatório da Comissão Nacional da Verdade, bem como publicações científicas, nas quais encontram-se registros das produções culturais e dos modos como essas pessoas se organizavam coletivamente para resistir às políticas de repressão do Estado, tais como os jornais Lampião da Esquinae os boletins ChanacomChana. Os estudos interseccionais são referenciais teórico-metodológicos desta pesquisa, assim como os aportes de Judith Butler e Giorgio Agamben. A discriminação contra a população LGBT foi também um marco das violências praticadas no contexto da ditadura cívico-militar brasileira, de modo a se fazer presente em diversas camadas e manifestações da cultura brasileira. Os resultados são discutidos a partir de três eixos analíticos: 1) a política conservadora e moralista na ditadura militar: gênero e sexualidade como alvos do estado de exceção; 2) o “feminino subversivo” como abjeto; 3) as resistências e a produção artístico-cultural de pessoas LGBT. Ainda que haja algumas lacunas, em se tratando da análise de alguns marcadores sociais de diferenças, sobretudo no que se refere às questões raciais, o relatório da Comissão Nacional da Verdade possibilita ampla compreensão sobre o tema pesquisado. A produção da memória coletiva desse período é um esforço necessário e relevante para o aparecimento social das políticas de morte acionadas pelo Estado nesse momento histórico. No que tange à população LGBT, ressaltam-se, também, as resistências que marcaram e marcam a história de organização coletiva desses grupos na produção de memórias e de reivindicação por direitos.