Giselle Oliveira Santos, Suely Emilia de Barros Santos
Discutiremos possibilidades metodológicas a partir da condução de uma dissertação de mestrado que se origina na interseção da pesquisa científica e da extensão universitária, sem que uma se sobreponha à outra. Propomos uma torção dos paradigmas científicos, abrindo novas possibilidades de escrita e explorando metodologias de ação e intervenção que incorporam as narrativas, saberes, cosmologias, cosmovisões, tradições, singularidades e especificidades dos povos tradicionais que residem em contextos rurais afetados por megaempreendimentos. Optamos pela artesania literária, como uma via para descolonizar as produções acadêmicas e a construção do conhecimento. Nesse processo, dialogamos com o conceito de "Escrevivência", como um recurso metodológico na produção do conhecimento. Para abordar a questão suleadora da dissertação, utilizamos a "Cartografia Clínica" em sua dimensão interventiva, além dos "Diários de Bordo" para documentar e narrar as experiências no território. Nosso percurso metodológico privilegiou a co-construção do conhecimento por meio do diálogo entre saberes tradicionais e acadêmicos, o que oportuniza à Psicologia a elaboração de metodologias e referências com uma atenção especial às ruralidades afetadas por megaempreendimentos, com base no conhecimento compartilhado com camponesas.
We will discuss methodological possibilities from the conduct of a master's dissertation that originates at the intersection of scientific research and university extension, without one overlapping the other. We propose a twist of scientific paradigms, opening up new writing possibilities and exploring action and intervention methodologies that incorporate the narratives, knowledge, cosmologies, cosmotivies, traditions, singularities and specificities of traditional peoples residing in rural contexts affected by megaenterprises. We opted for literary craftsmanship, as a way of decolonizing academic productions and the construction of knowledge. In this process, we talk with the concept of "Writing", as a methodological resource in the production of knowledge. To address the healing issue of the dissertation, we use the "Clinical Cartography" in its intervention dimension, in addition to the "Logbooks" to document and narrate the experiences in the territory. Our methodological path favored the co-construction of knowledge through dialog between traditional and academic knowledge, which makes it opportune for Psychologyto develop methodologies and references with special attention to the rural areas affected by mega-enterprises, based on the knowledge shared with peasants.