Cleonilde Maria do Nascimento, Alex José de Melo Silva, Jéssica Paula Lucena, Juliana Ellen de Melo Gama, Cícero Jádson da Costa, Elane Beatriz de Jesus Oliveira, Danielle Maria Nascimento Moura, Helotonio Carvalho, Sheilla Andrade de Oliveira
As doenças hepáticas, especialmente a hepatite, a doença hepática alcoólica (ALD) e o câncer, estão entre as principais causas de morbilidade-mortalidade em todo o mundo. Aqui, analisamos dados sobre internações hospitalares, prevalência e taxas de mortalidade por DLA, câncer de fígado, hepatite viral e esquistossomose no Nordeste do Brasil entre 2000 e 2020, e investigamos possíveis impactos causados pela pandemia da Covid-19 nesses dados. Nesse período, Pernambuco (PE) e Bahia (BA) se destacaram pelo crescimento das admissões para ALD: 707,2% e 177,3%, respectivamente; Paraíba (PB), Ceará (CE) e Alagoas (AL) apresentaram as maiores prevalências: 9,8%, 7,9%, 6,8%, respectivamente; e Maranhão (MA) apresentaram as menores: 2,1%. As maiores taxas de mortalidade foram RN (22,8%), SE (22,1%) e a menor, PI (9,5%). Para Neoplasias, destacamos PE, BA e CE com aumentos de 659,4%, 934,6% e 1.069,6% nas admissões, respectivamente. Em relação à mortalidade, as maiores médias foram observadas para a BA (31,1%) e CE (17,9%). Mas, nesse período, as internações por hepatite foram reduzidas em cerca de 70% no país. As maiores médias de prevalência no período foram MA (7,37%) e PE (6,38%). A PE teve a maior mortalidade média (9,1%), seguida pela BA (7,1%). As hospitalizações por esquistossomose diminuíram entre 2000-2020, com ênfase para AL (98,4%), BA (92,3%) e PE (93,4%). O mesmo foi observado para prevalência e mortalidade. Analisando dados de admissões de 2020 em comparação com a média de 2015 a 2019, observou-se uma diminuição significativa nas internações por hepatite, ALD e esquistossomose. No entanto, as internações por câncerhepático aumentaram. Esses dados mostram a importância da triagem epidemiológica de doenças hepáticas em regiões brasileiras e destacam a necessidade de um mapeamento detalhado do impacto real da pandemia da Covid-19 nos sistemas de registro de dados de saúde do país.
Liver diseases especially hepatitis, alcoholic liver disease (ALD), and cancer are among the main causes of morbidity-mortality worldwide. Here, we analyzed data on hospital admissions, prevalence and mortality rates due to ALD, liver cancer, viral hepatitis and schistosomiasis in northeastern Brazil between 2000-2020, and investigate possible impacts caused by the COVID-19 pandemic in these data. In this period, Pernambuco (PE) and Bahia (BA) stood out for the growth in admissions for ALD: 707.2% and 177.3%, respectively; Paraiba (PB), Ceará (CE), and Alagoas (AL) showed the highest prevalence: 9.8%, 7.9%, 6.8%, respectively; and Maranhão (MA) showed the lowest: 2.1%. The highest mortality rates were RN (22.8%), SE (22.1%), and the lowest, PI (9.5%). For Neoplasms, we highlight PE, BA, and CE with increases of 659.4%, 934.6%, and 1,069.6% in admissions, respectively. Regarding mortality, the highest averages were observed for BA (31.1%), and CE (17.9%). However, in this period, admissions due to hepatitis were reduced about 70% in the country. The highest prevalence means in the period were MA (7.37%) and PE (6.38%). PE had the highest mean mortality (9.1%), followed by BA (7.1%). Hospitalizations for schistosomiasis decreased between 2000-2020, with emphasis to AL (98.4%), BA (92.3%), and PE (93.4%). The same was observed for prevalence and mortality. Analyzing admissions data from 2020 compared to the average from 2015 to 2019, a significant decrease in hospitalizations due to hepatitis, ALD, and schistosomiasis was observed. However, admissions for liver cancer increased. These data show the importance of epidemiological screening of liver diseases in Brazilian regions and highlight the need for a thorough mapping of the real impact of the COVID-19 pandemic on health data recording systems in the country.