El objetivo de este artículo es comprender la constitución de una infraestructura de vigilancia criminal que permite la (in)movilidad de personas con tobilleras electrónicas en la ciudad de Porto Alegre y los efectos de esta gestión en la vida cotidiana de los presos. En Brasil, las tobilleras electrónicas han sido la principal tecnología utilizada en el seguimiento electrónico de los presos fuera del espacio penitenciario. Llevan consigo promesas de resocialización y reducción de costos, hacinamiento carcelario y vigilancia. El funcionamiento de la tobillera electrónica se produce mediante la creación de una infraestructura de vigilancia criminal, en la que elementos humanos y no humanos se conectan a diferentes escalas, posibilitando su funcionalidad. Estas conexiones y sus efectos fueron aprendidos a través de un trabajo de campo multisituado basado en la observación y entrevistas con profesionales que actúan en el monitoreo electrónico de Porto Alegre, agentes de justicia y personas monitoreadas y sus redes familiares, además del análisis de folletos y legislaciones. Reflexionar sobre esta tecnología significa entenderla como un objeto y como parte de una infraestructura de vigilancia en la que una serie de escalas conectan no sólo elementos técnicos, sino formas de gobernar, clasificar, monitorear movimientos y permitir o no la movilidad de las personas.
L'objectif de cet article est de comprendre la constitution d'une infrastructure de surveillance criminelle qui permet l'(im)mobilité des personnes portant des bracelets électroniques aux chevilles dans la ville de Porto Alegre et les effets de cette gestion sur la vie quotidienne des détenus. Au Brésil, les bracelets électroniques aux chevilles constituent la principale technologie utilisée pour la surveillance électronique des détenus en dehors de l’espace carcéral. Ils portent des promesses de resocialisation et de réduction des coûts, de surpopulation carcérale et de surveillance. Le fonctionnement du bracelet électronique de cheville passe par la création d'une infrastructure de surveillance criminelle, dans laquelle des éléments humains et non humains sont connectés à différentes échelles, permettant sa fonctionnalité. Ces connexions et leurs effets ont été appris à travers un travail de terrain multi-sites basé sur l'observation et des entretiens avec des professionnels travaillant dans la surveillance électronique de Porto Alegre, des agents de justice et des personnes surveillées et leurs réseaux familiaux, en plus de l'analyse de brochures et de législations. Réfléchir sur cette technologie signifie la comprendre comme un objet et comme partie d'une infrastructure de surveillance dans laquelle une série d'échelles relient non seulement des éléments techniques, mais aussi des manières de gouverner, de classer, de surveiller les mouvements et d'autoriser ou non la mobilité des personnes.
O objetivo deste artigo é compreender a constituição de uma infraestrutura de vigilância penal que permite a (i)imobilidade de pessoas com tornozeleiras eletrônicas na cidade de Porto Alegre e os efeitos dessa gestão na vida cotidiana de apenados e apenadas. No Brasil, tornozeleiras eletrônicas têm sido a principal tecnologia utilizada no monitoramento eletrônico de presos e presas fora do espaço de um presídio. Carregam promessas de ressocialização e de redução de custos, da superlotação carcerária e de vigilância. O funcionamento da tornozeleira eletrônica ocorre através da constituição de uma infraestrutura de vigilância penal, em que elementos humanos e não humanos conectam-se em distintas escalas, possibilitando a sua funcionalidade. Essas conexões e os seus efeitos foram apreendidas através de um trabalho de campo multissituado a partir da observação e de entrevistas com profissionais atuantes no monitoramento eletrônico de Porto Alegre, agentes de justiça e com pessoas monitoradas e suas redes familiares, além da análise de cartilhas e legislações. Refletir sobre esta tecnologia significa a entendermos como um objeto e como parte de uma infraestrutura de vigilância em que uma série de escalas conectam não apenas elementos técnicos, mas formas de governar, classificar, vigiar movimentos e permitir ou não a mobilidade das pessoas.
This article is aimed at understanding the constitution of a criminal surveillance infrastructure that allows the (i)mmobility of people with electronic anklets in the city of Porto Alegre and the effects of this management in the daily lives of convicts. Electronic ankle bracelets have been the main technology used in the electronic monitoring of prisoners outside prison facilities. They carry promises of rehabilitation and of reduction of costs, prison overcrowding and surveillance. The operation of the electronic ankle bracelet occurs through the constitution of a criminal surveillance infrastructure, where human and non-human elements are connected at different scales, allowing its functionality, and whose effects are contingent. These connections were understood through multi-sited field work based on observation and interviews with professionals working in electronic monitoring in Porto Alegre, justice agents and with monitored people and their family networks, in addition to the analysis of booklets and legislation. Reflecting on this technology means understanding it as an object and as part of a surveillance infrastructure, in which a series of scales connect not only technical elements, but ways of governing, classifying and surveilling movements and of allowing or disallowing people's mobility.