Ignacio Berdugo Gómez de la Torre
El objetivo de este artículo es examinar la posición que el Derecho penal internacional debe adoptar frente a los retos que plantea un desarrollo sostenible en la Amazonia brasileña. La protección del medio ambiente y la salvaguarda de los derechos de los pueblos indígenas chocan a menudo con las políticas desarrollistas y la falta de la presencia real del Estado en un territorio amplio y de difícil control, que además abarca distintas regiones y países, cada uno con su propia legislación ambiental. El camino a seguir, y nada sencillo por cierto, es la adopción del delito de ecocidio como delito internacional, de tal forma que se unifique el trato dispensado por los distintos Estados a los ataques al medio ambiente que supongan un riesgo global, a fin de posibilitar una respuesta eficaz. La forma más viable de alcanzar esta meta pasa por una primera fase de regionalización, que en el caso de la Amazonia, se puede plasmar en la labor de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos y de la Corte Interamericana, que evite que el contenido del delito de ecocidio se establezca reflejando solo los intereses de los países desarrollados.
The purpose of this article is to examine the position that international criminal law should adopt in the face of the challenges posed by sustainable development in the Brazilian Amazon. The protection of the environment and the safeguarding of the rights of indigenous peoples often clash with developmentalist policies and the lack of a real State presence in a vast territory and one that is difficult to control, which also encompasses different regions and countries, each with its own environmental legislation. The way forward, and by no means a simple one, is the adoption of the crime of ecocide as an international crime, so as to unify the treatment by the different States to attacks on the environment that pose a global risk, in order to enable an effective response. The most viable way to achieve this goal is through a first phase of regionalization, which, in the case of the Amazon, can take the form of the work of the Inter-American Commission on Human Rights and the Inter-American Court, to prevent the content of the crime of ecocide from being established to reflect only the interests of developed countries.
O objetivo deste artigo é analisar a posição que o Direito penal internacional deve adotar diante dos desafios lançados por um desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira. Em ocasiões, proteger o meio ambiente e salvaguardar os direitos dos povos indígenas se chocam com políticas desenvolvimentistas e a ausência do Estado em um território amplo e de difícil controle que, ademais, engloba diferentes regiões e países, cada um com sua própria legislação ambi-ental. O caminho a seguir, que não é simples, certamente, passa pela adoção do crime de ecocídio como crime internacional, de tal forma que se unifique o tratamento dado pelos Estados aos ataques ao meio ambiente que suponham um risco global, para possibilitar uma resposta eficaz. A maneira de alcançar esta meta passaria por uma primeira fase de regionalização, que no caso da Amazônia, se materializa no trabalho da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e da Corte Interamericana, evitando que o conteúdo do crime de eco-cídio seja estabelecido refletindo só os interesses dos países desenvolvidos.