Socorro, Portugal
Este estudio de caso analiza la aproximación al tema de la indisciplina en las escuelas entre 2011 y 2015, realizada por Público, un diario de Portugal, de difusión nacional, generalista, de referencia. El objetivo era desvelar las huellas de las prácticas editoriales sobre el tema de la indisciplina escolar y, al mismo tiempo, el contenido de la representación mediática de este fenómeno, planteando interrogantes sobre el formato, relieve, autoría y fuentes del material, y sobre la encuadre informativo del tema. Sobre el discurso mediático se plantearon las siguientes hipótesis: existe un reducido acceso de docentes y estudiantes al espacio mediático (Hipótesis 1); Existe un enfoque multidimensional de la indisciplina (Hipótesis 2), aunque basado en una argumentación más superficial que profunda (Hipótesis 3). Se buscaron alrededor de 1800 números del periódico con las palabras clave indisciplina, cercanas a la palabra escuela, lo que resultó en 82 entradas; sólo en 13 de ellos la indisciplina parece ser un tema relevante (8 noticias y 5 crónicas). Los resultados obtenidos del análisis de los discursos periodísticos también señalan (d) una representación de la indisciplina como fenómeno preocupante por su frecuencia, consecuencias y regulación, proporcionando al respecto una imagen negativa del clima social y laboral en las escuelas públicas. Existe la necesidad de un combate cívico para expandir la presencia, en la prensa escrita, desde la perspectiva de docentes y estudiantes, con el fin de contribuir a una narrativa más plural de una situación de la que son los más involucrados y conocedores, así como de mayor presencia de la investigación en educación en el análisis del discurso mediático y en la difusión de los estudios realizados, dada su potencial influencia en las representaciones sociales sobre la escuela.
This case study analyzes approaches to the theme of school discipline between 2011 and 2015, carried out by Público, a nationally distributed, generalist, daily newspaper in Portugal. The aim was to examine editorial practices on the theme of school discipline as well as the content of the media representation of this phenomenon, such as format, relief, authorship and sources, and news framing. Results of a keyword search of 1800 issues indicate: (a) low media coverage of discipline; (b) low presence of teacher and family voices and the absence of student voices; and (c) a multifaceted, less superficial approach to discipline than might be expected. The results also indicate (d) a representation of discipline as a worrying phenomenon due to its frequency, consequences and regulation, and thus, generating a negative image of the social and work climate in public schools. This study highlights the need to expand the voices of teachers and students in the written press, in order to contribute to a more plural narrative of a situation of which they are closely involved and knowledgeable, as well as of more research and analysis of this topic, given the potential influence of media discourse on social representations of schools.
Neste estudo de caso analisa-se a abordagem do Jornal Público ao tema da indisciplina nas escolas entre 2011 e 2015. Pretendeu-se desvendar o conteúdo da representação mediática da indisciplina e a natureza das práticas redatoriais, colocando-se questões sobre formato, relevo, autoria e fontes do material, e sobre o enquadramento do tema. Sobre o discurso mediático afirmaram-se expetativas de baixo acesso de professores e alunos ao mesmo (H1), e de uma abordagem multidimensional da indisciplina (H2), ainda que baseada num argumentário mais superficial que profundo (H3). Pesquisaram-se cerca de 1800 edições do jornal, utilizando-se a palavra-chave indisciplina, na proximidade da palavra escola, de que resultaram 82 entradas; apenas em 13 destas a indisciplina se mostrou assunto relevante (notícias e crónicas). Os resultados da análise transversal do material indicam: (a) representação mediática da indisciplina como fenómeno preocupante pela sua frequência, consequências e regulação, embora com pouco eco no jornal; (b) como esperado, pouca presença da voz de professores e famílias e ausência dos alunos (H1); (c) recurso a uma abordagem mais multifacetada, e menos superficial e mais crítica de algumas políticas do que se poderia esperar. Porém, a consideração de cada notícia per si não aconselha uma conclusão categórica nem sobre a confirmação da H2, nem sobre a infirmação da H3, afirmativas da multidimensionalidade, mas superficialidade, no enquadramento do tema. Destaque-se a necessidade de combate cívico para o alargamento da presença, na imprensa escrita, da perspetiva dos professores e dos alunos, de modo a contribuírem para uma narrativa mais plural duma situação de que são os mais próximos envolvidos e conhecedores.