José Luis Molina González
Este libro propone un enfoque neoestructural para estudiar la sociedad organizativa como estratigrafías multinivel, tanto intra como interorganizativas, las cuales permiten la acción colectiva. Dichas estratigrafías hacen visible la verticalidad de la sociedad junto con las macroestructuras de clase y ocupación. Hasta ahora, la sociedad organizativa combinaba rutinas, burocracias impersonales y jerárquicas para la producción en masa, con comités colegiales de pares rivales basados en la deliberación y en infraestructuras relacionales personalizadas para la innovación colectiva. Ambos modelos se combinan como niveles estratigráficos que permiten conjuntamente el cambio institucional (también llamado "regulación conjunta"). La "colegialidad descendente" y la "colegialidad ascendente" complementan el modelo predeterminado de control burocrático, introduciendo una estabilización dinámica en el nivel organizativo, meso de la sociedad. Los agentes verticales y las formas de división del trabajo entre niveles intentan gestionar las diversas temporalidades y aprovechar las nuevas oportunidades y los costes de sincronización existentes. Sin embargo, la digitalización de la sociedad ha impulsado un nuevo control burocrático que actualmente intenta neutralizar la colegialidad ascendente con la colegialidad "de dentro a fuera" (el control externo digitalizado de las infraestructuras relacionales personalizadas y de las correspondientes solidaridades de la acción colectiva innovadora). El modelo de los enjambres militares (pelotones organizados que toman decisiones contextuales sobre el terreno de los campos de batalla con la ayuda de la supervisión externa de la IA y de todo tipo de sensores) ejemplifican esta deriva hacia una forma organizativa y discreta de totalitarismo, y posiblemente el fin de la democracia y de la capacidad de las personas para cambiar sus propias instituciones. Esta tendencia puede moderaarse si se crean nuevos contrapoderes para equilibrar la influencia de las plataformas creadas por las Big Relational Tech, las cuales, potenciadas por la IA, permiten la difusión de la colegialidad de dentro a fuera. Las cooperativas, el emprendimiento colectivo, los intentos de crear nuevos tipos de bienes comunes tales como la organización comunitaria o las relaciones profesionales P2P que utilizan tecnologías de código abierto, representan formas localmente resistentes de colegialidad.
This book proposes a neo-structural approach to studying the organizational society as multilevel stratigraphies, both intra and inter-organizational, framing collective action. Such stratigraphies make visible an often invisibilized dimension of the verticality of society, along with class and occupational macro-structures. So far, organizational society combined routines, impersonal, and hierarchical bureaucracies for mass production with collegial pockets of rival peers relying on deliberation and personalized relational infrastructures for collective innovation. Both models combine as stratigraphic levels jointly enabling institutional change (also called “joint regulation”). Top-down collegiality and bottom-up collegiality complemented the default model of bureaucratic control, introducing dynamic stabilization at the organizational, meso level of society. Vertical linchpins and cross-level forms of division of work try to manage to link-level temporalities and take advantage of new opportunities and synchronization costs across levels. The digitalization of society has pushed forward the bureaucratic control currently trying to neutralize bottom-up collegiality with inside-out collegiality (the external monitoring of personalized relational infrastructures and oppositional solidarities of innovative collective action). Military swarm templates (organized platoons making contextual decisions on the ground of battlefields with the aid of external AI monitoring and all sorts of sensors) exemplify this drift towards an organizational, discreet form of totalitarianism -- and possibly the end of democracy, and the ability of people to change institutions, if no new counter-powers are created to balance powers of the new AI-boosted Big Relational Tech platforms enabling the spread of inside-out collegiality. Cooperatives, collective entrepreneurship, attempts to create new kinds of commons such as community organizing or P2P professions using open-source technologies may oppose this tendency as locally resistant forms of bottom up collegiality.
Este livro propõe uma abordagem neo-estrutural ao estudo da sociedade organizacional como estratigrafias a vários níveis, tanto intra como inter-organizacionais, que permitem uma acção colectiva. Tais estratigrafias tornam visível a verticalidade da sociedade juntamente com as macrosestruturas de classe e ocupação. Até agora, a sociedade organizacional combinava burocracias de rotina, impessoais e hierárquicas para a produção em massa com comités colegiais de pares rivais baseados na deliberação e infra-estruturas relacionais personalizadas para a inovação colectiva. Ambos os modelos combinam-se como níveis estratigráficos que em conjunto permitem uma mudança institucional (também chamada "co-regulação"). A "colegialidade de cima para baixo" e a "colegialidade de baixo para cima" complementam o modelo padrão de controlo burocrático, introduzindo uma estabilização dinâmica ao nível organizacional e meso da sociedade. Agentes verticais e formas de divisão de trabalho entre níveis tentam gerir as várias temporalidades e tirar partido das novas oportunidades e dos custos de sincronização existentes. Contudo, a digitalização da sociedade conduziu a um novo controlo burocrático que agora tenta neutralizar a colegialidade de baixo para cima com a colegialidade "de dentro para fora" (o controlo externo digitalizado das infra-estruturas relacionais personalizadas e as correspondentes solidariedades da acção colectiva inovadora). O modelo de enxames militares (pelotões organizados que tomam decisões contextuais no terreno em campos de batalha com a ajuda de monitorização externa de IA e sensores de todos os tipos) exemplifica esta deriva para uma forma organizacional e discreta de totalitarismo, e possivelmente o fim da democracia e a capacidade das pessoas para mudarem as suas próprias instituições. Esta tendência pode ser moderada se forem criados novos contra-poderes para equilibrar a influência das plataformas criadas pela Big Relational Tech, as quais, habilitadas pela IA, permitem a difusão da colegialidade de dentro para fora. Cooperativas, empreendedorismo colectivo, tentativas de criação de novos tipos de bens comuns, tais como organização comunitária ou relações profissionais P2P utilizando tecnologias de fonte aberta, representam formas de colegialidade localmente resilientes.