Coimbra (Sé Nova), Portugal
São várias as críticas que Leo Strauss e os seus discípulos dirigem contra São Tomás, cujo ensinamento jusnaturalista abertamente desconside-ram. Acusam -no de conceber o direito natural em termos maximanente univer-salistas, com o resultado de que todos os códigos de leis que se pretendam justos terão de convergir no seu desenho fun-damental, o que nitidamente incomoda os straussianos. Partindo dessa crítica, o presente texto analisa qual a relação es-tabelecida na Suma teológica entre o di-reito natural e o ius gentium, esse corpo básico de institutos jurídicos tido preci-samente por comum aos vários povos.
Leo Strauss and his disciples criticise Aquinas on various grounds and openly disregard his natural law theory. They accuse him of conceiving naturalright in maximally universalist terms, so that all legal codes deemed just will necessari-ly share the same legal framework, a scenario with which the Straussians are clearly un-comfortable. Taking notice of their criticism, the present text explores the relationship established in the Summa theologica between natural right and ius gentium, that basic collection of legal arrangements that was considered to be shared by all peoples.
Leo Strauss et ses disciples adressent beaucoup de critiques à Thomas d’Aquin et ils méprisent ouvertement l’enseignement jusnaturaliste du saint. Ils l’accusent de concevoir le droit naturel en termes maximalement universels, avec le résultat que tous les codes de lois qui veulent être considérés comme justes convergeront nécessaire-ment dans son cadre légal, scénario qui gêne les Straussians. Considérant cette critique, le texte analyse quelle est la re-lation qui est établie dans la Somme thé‑ologique entre droit naturel et ius gen‑tium, ce groupe de figures juridiques que se croit partagé par toutes les nations.