Brasil
Este trabajo tiene como objetivo examinar la obra de Graciliano Ramos, más concretamente las novelas São Bernardo (1934) y Vidas secas (1938), partiendo de lo que observó Antonio Candido sobre su obra: su oscilación entre dos polos, la ficción y la confesión. En vez de considerarlos como mutuamente excluyentes, la hipótesis es que dicha oscilación se refiere a una lectura paradójica de la modernización, percibida como necesaria, pero imposible. Las huellas de esta imposibilidad, a su vez, aluden a una comprensión particular de la idea de la alienación como la herramienta clave para producir una falta, que en sí, constituye el objeto mismo por el que se interesa Ramos: el sertão como locus de explotación. El análisis tiene en cuenta el contexto específico de la novela de la década de 1930 en Brasil y su relación con los acontecimientos políticos de la época, y el lugar particular que ocupaba el país en el capitalismo occidental. Finalmente, se plantea la siguiente hipótesis sobre el arreglo formal de Ramos: su realismo depende de la confesión de esta imposibilidad, que expone la alienación y trae a la luz un rasgo utópico ubicado más allá de los límites de lo moderno.
Este estudo tem como objetivo examinar a obra de Graciliano Ramos, mais especificamente São Bernardo (1934) e Vidas secas (1938). Partirei do insight de Antonio Candido a respeito da obra do autor: ela oscilaria entre dois polos, ficção e confissão. Em vez de considerá-los mutuamente exclusivos, a hipótese é que a oscilação diz respeito a uma leitura paradoxal da modernização, na qual ela é vista como necessária, mas impossível. Os traços dessa impossibilidade, por sua vez, dizem respeito a uma compreensão particular da ideia de alienação: a saber, a ferramenta chave para produzir uma falta que, em si, constitui o objeto em que Ramos se interessa, o sertão como locus de exploração. Será levado em consideração o contexto específico do romance dos anos 1930 no Brasil, bem como sua relação com os acontecimentos políticos da época e o lugar particular que o país ocupou no capitalismo ocidental. Por fim, será levantada uma hipótese a respeito do arranjo formal de Ramos. Afirmo que seu realismo depende da confissão dessa impossibilidade, na qual a alienação é exposta e por meio da qual seria possível vislumbrar um traço utópico além dos limites do moderno.
This study aims to examine the work of Graciliano Ramos, more specifically São Bernardo (1934) and Vidas secas (1938). I will start from Antonio Candido's insight regarding the author's work: it oscillates between two poles, fiction and confession. Instead of considering them as mutually exclusive, the hypothesis is that the oscillation concerns a paradoxical reading of modernization, in which it is seen as necessary but impossible. The traits of this impossibility, in turn, concern a particular understanding of the idea of alienation: namely, how to manage a lack that, in itself, forms the object Ramos is interested in: the sertão as the locus of exploitation. The specific context of the 1930s romance in Brazil will be taken into account, as well as its relationship with the political events of the period and the particular place that the country occupied in Western capitalism. Finally, a hypothesis will be put forth regarding Ramos' formal arrangement. I argue that its realism depends on the confession of this impossibility, in which alienation is exposed, and through which it would be possible to glimpse the utopian trait beyond the limits of the modern.