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Ana Clara Klink de Melo
Esta investigación buscó indagar cómo el discurso y las moralidades presentes en el espacio policial disputan las categorías de "víctima", "autor" y "violencia" en casos de violencia doméstica, informando el encuadre de los hechos en narrativas jurídicas y dejando marcas en el proceso penal. Teniendo en cuenta que la escritura está hecha de elecciones e es inseparable del contexto de su producción, y que los encuadres que se colocan en los hechos revelan representaciones sociales del Estado como producto de la burocracia cotidiana, la construcción de las categorías de “víctima”, “autor” y “violencia” fue analizada: (i) en la dinámica del trabajo informal, produciendo discursividades y moralidades situadas, (ii) en el momento de registrar la ocurrencia y de la mediación policial de los hechos narrados, y finalmente (iii) en el texto policial. Así, mediante el análisis de los documentos de la investigación policial y la observación participante de una Comisaría de Mujeres en São Paulo, se pudo constatar que el discurso y las moralidades vigentes en la comisaría informan el encuadre de los hechos en narrativas jurídicas, haciendo que distintas consideraciones morales sobre el “perfil” de víctimas, perpetradores y testigos sirve como estrategia narrativa para construir o deconstruir narrativas de violencia
This research sought to investigate how discourses and moralities that are present in the police station dispute the categories of “victim”, “perpetrator” and “violence”, informing the framing of facts in legal narratives and leaving marks in the criminal process. Considering that writing is made of choices, that it is inseparable from the context of its production and that the frames placed over facts reveal social representations of the State as a product of everyday bureaucracy, the construction of the categories of “victim”, “author” and “violence” was analyzed: (i) in informal work dynamics, producing discursivities and situated moralities, (ii) at the moment when the registration of events occurs, implying the mediation of the narrated facts by the police, and finally (iii) in the police inquiry’s text. Thus, through the analysis of inquiries and the participant observation of a Women's Police Station in São Paulo, it was possible to verify that discourses and moralities present in the police station inform the framing of facts in legal narratives, making that different moral considerations about the “profile” of victims, perpetrators and witnesses serves as a narrative strategy to build or deconstruct narratives of violence.
A presente pesquisa buscou investigar como as discursividades e moralidades presentes no espaço policial disputam as categorias de “vítima”, “autor” e “violência” em casos de violência doméstica, informando o enquadramento de fatos em narrativas legais e deixando marcas no processo penal. Tendo em vista que a escrita é feita de escolhas e indissociável do contexto de sua produção, e que as molduras colocadas sobre os fatos deixam entrever representações sociais do Estado como produto da burocracia cotidiana, a construção das categorias de “vítima”, “autor” e “violência” foi analisada: (i) nas dinâmicas de trabalho informais, produtoras de discursividades e moralidades situadas, (ii) no momento de registro da ocorrência e mediação policial dos fatos narrados, e enfim (iii) no texto policial. Desse modo, através da análise de inquéritos e da observação participante de uma Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, foi possível constatar que discursividades e moralidades vigentes na delegacia informam o enquadramento de fatos em narrativas legais, fazendo com que diferentes ponderações morais sobre o “perfil” de vítimas, autores e testemunhas sirva como estratégia narrativa para construir ou desconstruir narrativas de violência
