Maria Cristina Giorgi, Del Carmen Daher, Dayala Paiva de Medeiros Vargens, Fabiany Carneiro de Melo
Este artículo tiene como objetivo discutir las perspectivas y proyecciones del movimiento Escuela sin Partido (EsP), en Brasil, creado en 2004, y que gana fuerza en el contexto de ofensivas conservadoras recientes en el país. El movimiento afirma tener como pauta principal una”"educación sin adoctrinamiento" y defender un modelo de escuela que se caracteriza por ser "sin partido”. En el marco de reflexión de la Pedagogía decolonial (Oliveira, 2016; Walsh, 2009), se comprende el EsP como un nuevo modo de colonización propuesto a nuestras escuelas con un reto de atender a intereses de grupos que vienen siendo beneficiarios de la “buena educación” desde la época de la colonización. También se recurre a la noción de sociedad disciplinaria de Foucault (1982, 2004) como forma de reflexionar sobre mecanismos de control del trabajo docente propuestos por el EsP. Se presenta breve recorrido sobre diferentes contextos históricos de la escuela en Brasil, subrayando la inseparabilidad entre poder, política y educación. Los análisis identifican fuerzas conservadoras ligadas a proyectos neoliberales que emprenden un verdadero ataque a la educación pública poniendo en riesgo conquistas populares y destruyendo el efectivo sentido de democracia en el ámbito escolar.
In this paper, we aim to discuss the perspectives and projections of the “Escola sem Partido” (EsP - School without Party) movement, which emerged in Brasil in 2004 and gained momentum in the scenario of more recent conservative attacks, singling out an “education without indoctrination” as its main agenda. The movement defends a model of schooling characterized as “without party”. We base our discussions on Decolonial Pedagogy (Oliveira, 2016; Walsh, 2009), since we understand the EsP as a new way of colonizing our schools, with ideas that would once again serve the interests of groups closely related to the ones that were and still are benefited by high-level education since the period of colonization. Moreover, we resort to Foucault’s (2004) concept of disciplinary society to think about the control mechanisms over teachers’ work proposed by the EsP. We briefly historicize different school contexts in Brazil, underlying the inseparability of power, politics and education. Our analysis suggests that the conservative forces connected with neoliberal projects have engaged in an all-out attack against public education, endangering both significant political achievements and the concept of democracy in educational environments.
Neste artigo temos como objetivo discutir as perspectivas e projeções do Escola sem Partido (EsP), movimento que surge no Brasil em 2004 e ganha força no contexto das ofensivas conservadoras mais recentes e afirma ter como pauta principal uma “educação sem doutrinação”, além de defender um modelo de escola que se caracteriza por ser “sem partido”. Embasamos nossas reflexões na Pedagogia decolonial (Oliveira, 2016; Walsh, 2009) uma vez que entendemos o movimento EsP como um novo modo de colonizar as nossas escolas, com ideias que voltariam a servir aos interesses de grupos que bastante se aproximam daqueles que foram e ainda são beneficiados pela boa educação desde a época da colonização. Também lançamos mão da noção de sociedade disciplinar de Foucault (1982, 2004) para refletir sobre os mecanismos de controle sobre o trabalho docente propostos pelo EsP. Fazemos breve percurso sobre diferentes contextos históricos da escola no Brasil, sublinhando a indissociabilidade entre poder, política e educação. Nossas análises apontam que as forças conservadoras ligadas a projetos neoliberais têm empreendido verdadeiro ataque à educação pública pondo em risco conquistas populares e o esvaziamento do sentido efetivo de democracia no âmbito escolar.