O presente artigo pretende esclarecer a especificidade de uma leitura filosófica mediante a abordagem da leitura de Aristóteles realizada pelo filósofo alemão Martin Heidegger. A tarefa de recolocação da questão do ser em bases existenciais propiciou não apenas uma espécie de virada da filosofia na direção de suas fontes originais, como também revelou-se capaz de conferir uma primazia à dimensão da linguagem. Neste artigo, busco evidenciar que, para além de uma restauração de Aristóteles, o efeito da apropriação heideggeriana de Aristóteles foi muito mais o de uma liberação do plano de fundo da própria filosofia e assim de sua necessidade e direito de ser.
This paper aims to clarify the specificity of a philosophical reading through the approach of the reading of Aristotle made by the German philosopher Martin Heidegger. The task of reposition the question of being in existential grounds promoved not only a kind of turning point of philosophy towards its original sources, but was also able to give primacy to the dimension of language. In this article, I seek to show that, in amont to a restoration of Aristotle, the effect of Heideggerian appropriation was much more the liberation from the background of philosophy it self and thus of its necessity and legitimity.