Shakespeare treatment of the revenge theme adds substantial complexity to a genre greatly appreciated by Elizabethans. In Hamlet and Macbeth, for example, characters are troubled not only by the usual tension between Christian and honor ethics which were recurrent in such plays. They are disturbed by a feeling that the social system which gives sense to this tension is itself crumbling, making both action and inaction meaningless. Hamlet´s soul-searching and Malcolm’s discourse to Macduff echo a key Reform theological which posited the quintessential corruption of human nature. This paper discusses the dramatic implications of this new, controversial theological concept, on Shakespeare’s presentation of revenge.
O tratamento que Shakespeare dá ao tema da vingança agrega enorme complexidade a esse gênero tão apreciado pelos elisabetanos. Em Hamlet e em Macbeth, por exemplo, os personagens não devem se confrontar apenas com a tensão tradicional entre ética cristã e ética da honra, que era habitual nesse tipo de peça. Eles se sentem oprimidos por um sentimento de que é próprio sistema social que dá sentido a essa tensão que está ruindo, o que torna ação e inação igualmente sem sentido. A melancolia de Hamlet e o discurso de Malcolm dialogam com um conceito teológico central para a Reforma, a saber, a noção de que a natureza humana era irremediavelmente corrupta. Este artigo discute as implicações dramáticas desse conceito teológico, novo e controverso para a época, sobre a apresentação que Shakespeare faz da vingança.