O texto analisa a posição dos intelectuais no contexto do debate em torno da adoção das políticas voltadas para o acesso de estudantes negros às universidades públicas brasileiras. O trabalho se centra, mais detidamente, na análise dos discursos dos intelectuais, em dois momentos do debate em torno do tema, focalizando O “Manifesto contra as cotas” e os discursos proferidos no julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, de uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), movida pelo Partido Democratas (DEM)1 contra a Universidade de Brasília (UnB). Tais discursos dão conta da existência de um imaginário de igualdade de oportunida desentre brancos e negros, o que contraria a realidade da experiência desses dois segmentos, na sociedade brasileira. O trabalho busca contrastar o conteúdo de tais discursos com a realidade do acesso da população negra à universidade.