O artigo procura compreender os desafios de desenvolvimento que se impõem a Cabo Verde, passados os trinta e oito anos da assinatura do Tratado Constitutivo para a sua integração na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). O raciocínio central é o de que a estratégia de Cabo Verde após a independência passou por uma aposta activa nas relações internacionais, essencialmente na mobilização da ajuda pública para o desenvolvimento. Esta mobilização baseava-se no cumprimento das obrigações internacionais e dos princípios da reciprocidade diplomática, nomeadamente com a Europa, os Estados Unidos da América e a China. Procedemos a uma pesquisa exploratória que é complementada por uma análise interpretativa, de modo a responder às questões-chave desta investigação. Como recomendação geoestratégica, cremos que, num contexto abalado pela crise financeira internacional, que tem afectado directa ou indirectamente os parceiros estratégicos de Cabo Verde, seria vantajoso que o arquipélago (re)centralizasse a sua geopolítica de integração em África, particularmente no âmbito da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, aproveitando o continente como nova fronteira de desenvolvimento.