O presente artigo visa contribuir para aumentar o conhecimento acerca de uma região remota, mas de extraordinária importância no contexto geopolítico atual –a Ásia Central– fruto da sua posição estratégica enquanto elo entre Oriente e Ocidente, espaço de competição entre as grandes potências. O argumento central é o de que o Irão demonstra um interesse fundamentalmente económico (a busca de recursos energéticos) relativamente à região, perseguindo uma política predominantemente realista em face de esta. Em alternativa à observação participante e não participante, privilegiou-se a entrevista semiestruturada. O trabalho de campo baseou-se em entrevistas conduzidas predominantemente na Ásia Central. O método qualitativo –através da análise hermenêutica– é a metodologia na qual se alicerça a presente investigação. Como recomendação estratégica, sugerimos que o Irão se inspire na política chinesa face à Ásia Central, que tem demonstrado uma vigor notável nos últimos anos, de forma a projetar o seu poder na esfera regional e a mitigar s efeitos da estratégia (fundamentalmente) isolacionista de Washington relativamente à região.