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Camila Rodrigues
Partindo da discussão da contribuição da participação para a qualidade da democracia, procura-se situar esta problemática no contexto português. Em 40 anos, Portugal atravessou três conjunturas críticas: a revolução de abril, a adesão à União Europeia e a crise económica. Os ideais revolucionários foram relegados para segundo plano à medida que novos ideais se impuseram, relacionados com a aposta na competitividade económica. Fenómenos de desigualdade, endividamento e precarização agravaram-se, originando reações que procuram reverter esta tendência. O aumento da participação poderá constituir uma reação interessante. Para além dos novos movimentos sociais, poderemos assistir à reativação de antigos movimentos que têm permanecido em estado latente, encapsulados em iniciativas como o SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), aguardando pela oportunidade de se manifestar novamente em prole da luta por uma sociedade mais inclusiva.
Taking as its starting point the debate on the contribution made by participation to the quality of democracy, this article seeks to situate the issue within the context of Portugal. In the last 40 years, Portugal has experienced three critical junctures: the April revolution, EU membership and the economic crisis. Revolutionary ideals were consigned to the background as new ideals emerged, associated with a focus on economic competitiveness. Inequality, indebtedness and insecurity have since increased, leading to responses that seek to reverse this trend. Increasing participation may be considered one interesting response: in addition to new social movements, the old movements that have remained dormant, embodied in initiatives such as the SAAL (Local Ambulatory Support Service), may revive to express support for a more inclusive society.
Partant du débat à propos de la contribution de la participation à la qualité de la démocratie, cet article vise à situer cette question dans le contexte portugais. En l'espace de 40 ans, le Portugal a connu trois phases cruciales: la révolution d'Avril, l'adhésion à l'Union européenne et la crise économique. Les idéaux révolutionnaires furent relégués à l'arrière-plan lorsque l'on vit apparaitre de nouveaux idéaux centrés sur la compétitivité économique. Des phénomènes d'inégalité, d'endettement et d'insécurité se sont aggravés et ont engendrés des réactions ayant pour but d'inverser cette tendance. Un accroissement de la participation pourrait en être une approche intéressante. En plus du nouveau mouvement social, d'anciens mouvements qui étaient restés latents, bloqués dans des initiatives telles que le SAAL (Service d'Appui Ambulatoire Local), peuvent être réactivés pour exprimer leur soutien à une société plus inclusive.
