Este trabalho constitui parte da tese de doutorado da autora. Seu objetivo foi conhecer as trajetórias de vida de internos do sistema carcerário capixaba e os sentidos atribuÃdos à prisão. Foi utilizada como ferramenta intelectual a abordagem teórico-metodológica das Práticas Discursivas. Foram realizadas entrevistas orientadas por blocos temáticos de investigação (histórias prisionais e perspectivas futuras) com dez internos do Instituto de Readaptação Social, a penitenciária de Vila Velha (ES). Pontos recorrentes nas entrevistas foram registrados: escolaridade baixa, passagens pela polÃcia anterior à maioridade, falta de profissionalização, histórias de torturas e maus-tratos em presÃdios por onde passaram antes da chegada ao IRS. As perspectivas de vida futura apresentam-se de forma inconsistente ou ambÃgua, já que a conexão entre pretensões pessoais e condições para efetivá-las não é percebida como realmente viável pelo detento. Os sentidos construÃdos para o encarceramento podem ser representados como sofrimento, arrependimento, pagamento de dÃvida e sentimento de desrespeito.