O presente artigo pretende apresentar alguns resultados de uma pesquisa ainda em curso sobre os efeitos políticos e morais do atual programa de transferência de renda –Programa Bolsa Família– realizado pelo Estado brasileiro, no governo Lula, destinado às famílias muito pobres, tendo a titularidade do benefício conferida às mulheres.Para expor os traços mais marcantes de semelhante processo político de inclusão social de parte signifcativa do país, divido a narrativa em três partes. Na primeira delas, apresento breves considerações de ordem histórica para demarcar melhor a complexidade social, política e econômica que presidiram a formação da sociedade brasileira.Na segunda parte do trabalho esboço o quadro teórico conceitual que inspira, preside e orienta a pesquisa e que servirá de referência à análise sociológica dos dados empíricos do referido programa.Na terceira parte, discuto alguns aspectos da natureza da política estatal de transferência de renda, como seus dilemas e tensões constitutivos deste campo problemático que se encontra em processo de construção.