Neste artigo faz-se a resenha de alguns dos argumentos que questionam radicalmente a teoria económica neoclássica da relação entre o Estado e os mercados e identificam-se as fragilidades metodológicas fundamentais dessa teoria. Em alternativa, apresenta-se uma interpretação da metodologia fundadora do Institucionalismo Original, a corrente de economia política iniciada por Thorstein Veblen. O texto apresenta uma visão da economia e dos mercados como instituições emergentes, em correspondência com uma metafísica dos sistemas sociais entendidos como processos complexos, auto-organizados e interativos. A relação entre o Estado e os mercados é analisada à luz desta interatividade institucional. Colocando em destaque a coevolução entre Estado e mercados, o texto atribui à política industrial um lugar central nos processos de desenvolvimento económico.