Este artigo apresenta as idéias de Adam Smith sobre tributação e gasto público, que têm sido muito utilizadas no debate contemporâneo sobre o liberalismo. Por meio de um extenso uso das passagens sobre os deveres do soberano e das máximas de tributação, conclui-se que a defesa da descentralização e a preocupação com o crescimento dos gastos públicos dão o pano de fundo às idéias de Smith. O artigo destaca também o papel crucial das máximas e contrapõe-se à usual interpretação de que a teoria da incidência presente na Riqueza das Nações é contraditória e até mesmo sem rumo, face à contemporização de Smith com as práticas de tributação de seu tempo.