María Custódia Jorge Rocha
Na última década, na União Europeia e em Portugal, as políticas relativas à igualdade de género têm sido reforçadas para os contextos de educação e formação mas estas, sobretudo nos últimos tempos, apresentam-se como neutras do ponto de vista da problemática género/TIC. A análise crítica que neste texto se apresenta permite reafirmar que, num contexto de economia digital, a educação/formação das jovens e das mulheres em TIC (mesmo que deficitária) é estrategicamente concebida como factor prioritário para o incremento da competitividade da economia, em detrimento da prossecução das ainda necessárias políticas de igualdade para o desenvolvimento pessoal e social das mulheres. Tudo isto tem repercussões na participação das mulheres na dita sociedade da informação e dilui as pretendidas tentativas políticas de pôr em prática (e consequentemente de avaliar) as estratégias de mainstreaming e de empowerment das mesmas que poderiam, se já consolidadas, favorecer a sua einclusão na economia do conhecimento.