O objetivo deste ensaio é mostrar como certos processos de verticalização � particularmente naquelas áreas das cidades que passaram a ser suportes físicos de significações compartilhadas e, portanto, se transformaram em espaços simbólicos para os habitantes que as edificaram � provocam o desaparecimento de uma determinada organização espacial urbana, abalando de modo expressivo os princípios que regem as práticas sociais desses habitantes, inclusive aquelas relativas à apropriação (vivência) espacial.
Assim sendo, trabalha-se com a hipótese de que esses processos de verticalização não são espacialmente legítimos. As referências teóricas vêm, notadamente, de Norberto Bobbio e Max Weber. Para desvendar, empiricamente, a existência dessa hipótese, elegeu-se o conjunto urbano de Casa Forte, localizado na cidade do Recife, Nordeste do Brasil.