Em texto anterior argumentou-se contra os excessos do cientismo com que, na linha de Sokal e Bricmont, António Manuel Baptista ataca as análises sociológicas dos processos e produtos da ciência, nomeadamente as posiçoes de Boaventura de Sousa Santos. Neste outro texto, pretende-se contestar AMB e os sokalistas no seu próprio cambo, o da ciência pura e dura, mostrando que eles próprios nao compreendem o estatuto das suas ciências, e tentando ponderar afirmaçoes menos precisas, frecuentes na análise da sociogénese da ciência. Trazendo a discussao para o nosso tempo, abordaremos também uma problemática nao tratada no texto anterior, a do estatuto dos cientistas e tecnólogos enquanto peritos nas instâncias de decisao. Por último tratará de analisar-se como as controversias entre peritos, hoje tao frequentes, sao vividas no seio da comunidade científica e qual a evoluçao que geram na própria prática pericial.