O texto pretende denunciar as várias camadas de silêncio com que a sociedade portuguesa fugiu ao encontro inevitável com a maior tragédia da sua contemporaneidade : a Guerra Colonial. A estratégia de ocultaçao, que oscila frequentemente entre o recalcamento e a denegaçao, atinge, quer os seus directos intervenientes (os militares mobilizados), quer as instituiçoes do poder "político" e outro, quer sobretudo as suas vítimas mais ignoradas: as mulheres. Afastadas naturalmente da máquina de guerra, mas profundamente implicadas nos seus efeitos devastadores, o seu silêncio torna duplamente absurdo e incompreensível esse momento traumático da nossa história recente.