Brasil
Este artículo investiga las transformaciones de las prácticas punitivas contemporáneas en el contexto social actual, en el que los datos y los algoritmos asumen un papel central en las dinámicas de poder y de control. Se busca responder a la pregunta sobre cuál es la función de los algoritmos en las prácticas punitivas actuales y cuáles son sus efectos. Para ello, se analiza el uso de tecnologías de reconocimiento facial en la seguridad pública brasileña, particularmente en los estados de Bahia y Goiás. A partir de una revisión de literatura, se explora el escenario biopolítico contemporáneo, marcado por la crisis de los medios tradicionales de confinamiento. Ante esta crisis, surgen nuevas formas de control que se desvinculan de las tecnologías penitenciarias y establecen mecanismos de vigilancia en espacios abiertos, basados en dispositivos de seguridad y en la lógica de la gestión de riesgos. En este contexto, los datos se vuelven esenciales para las prácticas punitivas impulsando el desarrollo de técnicas de vigilancia refinadas. El artículo examina cómo los sistemas informáticos en red capturan, procesan y utilizan estos datos ahondando en su lógica y racionalidad. La investigación busca comprender cómo estos dispositivos pueden producir resultados sesgados, especialmente contra personas racializadas y en situación de vulnerabilidad de género. Los resultados muestran que (i) el uso de esta tecnología presenta un sesgo discriminatorio que refuerza las desigualdades raciales y de género en el contexto de la vigilancia; y (ii) estas tecnologías encienden la vigilancia y la gestión de datos bajo una racionalidad supuestamente objetiva que, finalmente, sirve para crear perfiles predictivos y pronunciar veredictos silenciosos sobre los sujetos.
Este artigo investiga as transformações das práticas punitivas contemporâneas no contexto social atual, no qual os dados e os algoritmos assumem um papel central nas dinâmicas de poder e controle. Procura-se responder à questão sobre qual é a função dos algoritmos nas práticas punitivas atuais e quais são os seus efeitos. Para isso, analisa-se o uso de tecnologias de reconhecimento facial na segurança pública brasileira, particularmente nos estados da Bahia e de Goiás. Por meio de revisão bibliográfica, explora-se o cenário biopolítico contemporâneo, marcado pela crise dos meios tradicionais de confinamento. Diante dessa crise, emergem novas formas de controle que se desvinculam das tecnologias carcerárias e estabelecem mecanismos de vigilância em espaços abertos, fundamentados em dispositivos securitários e na lógica da gestão de risco. Nesse contexto, os dados se tornam essenciais para as práticas punitivas, impulsionando o desenvolvimento de técnicas refinadas de vigilância. O artigo examina como os sistemas informáticos em rede capturam, processam e utilizam esses dados, investigando sua lógica e racionalidade. A pesquisa busca compreender como esses dispositivos podem produzir resultados enviesados, especialmente contra pessoas racializadas e em situação de vulnerabilidade de gênero. Os resultados evidenciam que (i) o uso dessa tecnologia apresenta viés discriminatório que reforça as desigualdades raciais e de gênero no contexto da vigilância; e (ii) essas tecnologias inflamam a vigilância e o gerenciamento de dados sob uma racionalidade pretensamente objetiva que, por fim, serve para criar perfis preditivos e proferir vereditos silenciosos sobre os sujeitos.
This article analyzes the transformations of contemporary punitive practices in today’s social context, where data and algorithms have assumed a central role in dynamics of power and control. It addresses the question of what role algorithms play in current punitive practices and what effects they generate. To this end, it examines the use of facial recognition technologies in Brazilian public security, with a focus on the states of Bahia and Goiás. Based on a review of the literature, the study explores the contemporary biopolitical landscape, marked by the crisis of traditional mechanisms of confinement. In response to this crisis, new forms of control have emerged that move beyond penitentiary technologies and establish surveillance mechanisms in open spaces, grounded in security devices and the logic of risk management. Within this framework, data become essential to punitive practices, driving the development of increasingly sophisticated surveillance techniques. The article investigates how networked computer systems capture, process, and deploy this data, examining the underlying logic and rationality. The research seeks to understand how these devices can produce biased outcomes, particularly against racialized individuals and those in situations of gender vulnerability. The findings indicate that (i) the use of this technology embeds a discriminatory bias that reinforces racial and gender inequalities in the context of surveillance; and (ii) these technologies intensify surveillance and data management under a supposedly objective rationality that ultimately generates predictive profiles and delivers silent verdicts on individuals.