Brasil
En este ensayo intentamos abordar lo que muchos autores consideran una "crisis" en las ciencias sociales contemporáneas. Ya sea por razones endógenas (hiperespecialización, fragmentación) o por movimientos externos (Studies, la expansión de los movimientos "post", los frecuentes "giros"), existen innegables y crecientes fisuras en nuestros consensos epistemológicos más fundamentales, aquellos que incluso permiten la disidencia en territorios compartidos. Algunos autores proponen una plataforma capaz de albergar una pluralidad de teorías, mientras que otros buscan una teoría sustantiva supuestamente capaz de reunir las ciencias sociales, especialmente la sociología, y otros buscan rescatar ejes temáticos y empíricos básicos. Sin embargo, ninguna de estas respuestas logra abordar el problema en su raíz, que ciertamente involucra dimensiones teóricas y epistemológicas, aunque las trascienden. Y, en nuestra opinión, la razón principal es que lo que está en juego es el significado mismo de lo que hacemos y de quiénes somos. Nuestra propuesta es abordar estos desafíos de una manera que, creemos, aún no se ha abordado en toda su radicalidad, en el sentido adecuado para llegar a sus raíces. Nuestra perspectiva es la de un científico social que busca reflexionar sobre sus propios supuestos y, de esta manera, animar a la comunidad epistémica – un horizonte regulador que anticipa sus propias luchas competitivas en la forma de una comunidad de vida – a recuperar su autocomprensión. El ensayo nos parece el más propicio para este recorrido en todas sus implicaciones.
Neste ensaio tentamos lidar com o que muitos autores consideram uma “crise” nas ciências sociais contemporâneas. Quer por razões endógenas (hiperespecialização, fragmentação), quer por movimentos externos (Studies, a difusão dos movimentos “pós”, as frequentes “viradas ou “turns”), há inegáveis e crescentes fissuras em nossos consensos epistemológicos mais basilares – aqueles que, inclusive, possibilitam o próprio dissenso em território compartilhado. Alguns autores ou autoras propõem uma plataforma capaz de abrigar uma pluralidade de teorias, ao passo que outros buscam uma teoria substantiva supostamente à altura de reunificar as ciências sociais, especialmente a sociologia, enquanto outros ainda procuram resgatar eixos temáticos e empíricos básicos. Nenhuma dessas respostas, contudo, se mostra apta a enfrentar a questão em sua raiz, que certamente envolve as dimensões teórica e epistemológica, embora as transcendam. E, a nosso ver, a razão primordial é o fato de que é o próprio sentido do que fazemos, e do que somos, que está em questão. Nossa proposta é abordar esses desafios de uma forma que, acreditamos, ainda não foi enfrentada em toda a sua radicalidade, na acepção própria de irmos às suas raízes. Nossa perspectiva é a de um cientista social que busca refletir sobre seus próprios pressupostos e, dessa forma, encorajar a comunidade epistêmica – horizonte regulativo que se antecipa a partir de suas próprias lutas concorrenciais sob a forma de uma comunidade de vida – a reconquistar sua autocompreensão. A forma ensaio nos parece a mais propícia a essa travessia em todas as suas implicações.
Keywords: Social sciences. Crisis. Fragmentation. Loss of meaning. epistemological community of life.
In this essay we try to deal with what many authors consider to be the “crisis” of the social sciences. Whether for endogenous reasons (hyper-specialization and fragmentation) or external movements (Studies, “post” trends, “turns”), there are undeniable and growing cracks in the soil of our basic epistemological consensus. Some propose a platform capable of housing a plurality of theories, while others seek a substantive theory supposedly capable of reunifying the social sciences, especially sociology, and still others seek to recover basic thematic and empirical axes. None of these answers, however, seem to be able to tackle the importance of the issue at its root, which involves the theoretical and epistemological dimensions, but is not reduced to them. And the reason, in our view, is one: it is the very meaning of what we do and who we are that is itself in question. Our proposal is to tackle this challenge in a way that, in our opinion, has not been addressed in all its radicalness so far, in the proper sense of starting from its roots. Our perspective is that of a social scientist who sets out to reflect on his own presuppositions and who encourages his epistemic community, as a community of life, to recover its self-understanding. The essay format seems to us to be the way in which we can achieve the search for the meaning of what we are and what we do in the most vigorous way and in all its implications.
Keywords: Social sciences. Crisis. Fragmentation. Loss of meaning. epistemological community of life.