A relação entre saúde, qualidade de vida e trabalho tem sido amplamente estudada nas últimas décadas, destacando sua importância para indivíduos e sociedade. A categoria docente, em particular, apresenta um aumento significativo de problemas de saúde e absenteísmo, associados ao exercício da profissão, incluindo questões mentais, psicológicas, ergonômicas e de estilo de vida. Recentemente, a alta prevalência de problemas de saúde mental, com destaque para o estresse, tem sido notada. A pandemia da COVID-19, iniciada no final de 2019, impôs uma rápida adaptação ao teletrabalho, afetando diretamente os processos de trabalho dos professores e potencialmente agravando o estresse ocupacional. Este estudo objetiva analisar a qualidade de vida e o estresse ocupacional dos professores da Rede Pública Municipal de Cuiabá durante o trabalho remoto imposto pela pandemia. Foi conduzido um estudo descritivo com 113 professores, utilizando questionários autoaplicáveis via Google Forms®. Os resultados mostram que a maioria dos participantes é do sexo feminino (86,73%), com idade acima de 40 anos (65,49%), casados ou vivendo com outras pessoas (61,06%) e com pós-graduação (79,65%). Em termos de qualidade de vida, os domínios "Psicológico" (68,62) e "Físico" (67,56) foram melhor avaliados, enquanto o "Meio ambiente" teve a menor pontuação (56,64). Quanto ao estresse ocupacional, 53% relataram baixa demanda, 61% baixo controle e 51% baixo apoio, com 35% classificando seu trabalho como de alto desgaste. Conclui-se que, apesar das adversidades impostas pela pandemia, os professores mantiveram bons níveis de qualidade de vida, embora enfrentando elevados estressores psicossociais.