Este texto explora as novas formas de pensar o ser mulher, destacando um compromisso ético e político do feminismo em reconhecer a complexidade do gênero e suas interseções com classe, raça, etnia e sexualidade. Durante muito tempo, a narrativa dominante sobre a mulher universal mascarou divergências e silenciou vozes, essencializando uma identidade feminina única. O texto defende a importância de reconhecer outras formas de existência enquanto mulher, criando espaços de diálogo com aquelas vozes que foram historicamente caladas pelo projeto colonial moderno. Isso é crucial para desafiar a hierarquia patriarcal que negligencia as presenças e os direitos das mulheres. A pesquisa foca nas mulheres do curso de Letras, problematizando suas invisibilidades e destacando a importância de valorizar a diversidade de experiências e identidades das professoras, que muitas vezes foram estereotipadas e desvalorizadas ao longo do tempo. Essa invisibilização enfraquece o papel ético e político das professoras, ocultando seu dever com a justiça social e perpetuando estereótipos. A análise também discute a linguagem como uma prática social não neutra, onde as ideologias e lógicas de poder são operadas e compartilhadas, afetando diretamente a constituição dos sujeitos. A abordagem qualitativa interpretativista é adotada para investigar os significados dos eventos para os indivíduos envolvidos, enfatizando a subjetividade e a importância da língua(gem) na vida social. A pesquisa utiliza dados socioeconômicos do curso de Letras da Universidade Estadual de Goiás para analisar essas questões, buscando ressignificar a condição das mulheres na licenciatura e questionar os estereótipos de gênero construídos historicamente.