Si bien la relación entre espacio y política se ha vuelto una parada obligada para el pensamiento crítico desde la década de los sesenta del siglo pasado, existe un hiato en la reflexión teórica sobre el espacio en las teorías posfundacionales. El presente artículo busca suturar esa grieta, examinando el lugar que el espacio ocupa en la obra de Ernesto Laclau y especialmente en La razón populista (2005). Con certeza, Laclau no lo teoriza de forma directa o sistemática, pero nuestro recorrido por su obra muestra que el espacio tiene una presencia ubicua. Laclau se sirve de conceptos, imágenes y premisas que se fundan en una reflexión espacial, de un modo tal que nos permite insertar la pregunta por el espacio en el pensamiento posmarxista. Aún más, a través de una lectura de La razón populista en clave espacial, argumentamos que esta obra contiene los insumos teóricos básicos para el desarrollo de una teoría discursiva del espacio. De este modo, ensayamos una articulación entre la teoría del populismo y las maneras en que la geografía crítica ha reflexionado sobre el espacio. Este artículo es, entonces, una contribución al diálogo entre la geografía y una de las corrientes más actuales de la teoría política contemporánea.
While the relationship between space and politics has become a key concern for critical thought since the 1960s, there is a noticeable gap in the theoretical reflection on space within post-foundational theories. This article seeks to address that gap by examining the role that space plays in the work of Ernesto Laclau, particularly in On Populist Reason (2005). Although Laclau does not theorize space in a direct or systematic manner, our reading of his work reveals that space has a ubiquitous presence. Laclau employs concepts, images, and assumptions that are grounded in spatial reflection, in such a way that allows us to insert the question of space into post-Marxist thought. Moreover, through a spatial reading of On Populist Reason, we argue that the book contains the basic theoretical elements for the development of a discursive theory of space. In this way, we attempt to articulate a connection between the theory of populism and the various approaches critical geography has taken toward the concept of space. This article is, therefore, a contribution to the dialogue between geography and one of the most current strands of contemporary political theory.
Embora a relação entre espaço e política tenha se tornado uma parada obrigatória para o pensamento crítico desde a década de 1960, existe uma lacuna na reflexão teórica sobre o espaço nas teorias pós-fundacionais. Este artigo busca suturar essa fissura, examinando o lugar que o espaço ocupa na obra de Ernesto Laclau, especialmente em A razão populista (publicada originalmente em 2005). Ainda que Laclau não teorize o espaço de forma direta ou sistemática, nosso percurso por sua obra mostra que o espaço tem uma presença ubíqua. Laclau recorre a conceitos, imagens e premissas fundamentadas em uma reflexão espacial, de modo a permitir que a questão do espaço seja inserida no pensamento pós-marxista. Mais ainda, por meio de uma leitura espacial de A razão populista, argumentamos que essa obra contém os elementos teóricos básicos para o desenvolvimento de uma teoria discursiva do espaço. Dessa forma, ensaiamos uma articulação entre a teoria do populismo e as diversas maneiras pelas quais a geografia crítica tem refletido sobre o espaço. Este artigo é, portanto, uma contribuição ao diálogo entre a geografia e uma das correntes mais atuais da teoria política contemporânea.