A carreira dos técnicos administrativos em educação (TAEs) no Brasil é regulamentada pela Lei nº 11.091/2005, que estabelece critérios para progressão funcional e valorização salarial. No entanto, estudos apontam desafios como a lenta progressão e desigualdades salariais, que impactam diretamente a motivação e o desempenho dos servidores. Em dezembro de 2024, a Medida Provisória nº 1.286/2024 introduziu mudanças significativas na estrutura do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), alterando critérios de progressão, remuneração e incentivo à qualificação. Diante desse cenário, este estudo se propôs a analisar os impactos da reestruturação do PCCTAE na progressão funcional e na valorização profissional dos TAEs. Para isso, adotou-se uma abordagem qualitativa e exploratória, fundamentada na análise documental e na revisão da literatura especializada sobre carreiras públicas. Os resultados indicam que a MP extinguiu a progressão tradicional por capacitação, substituindo-a pelo modelo de aceleração da progressão por capacitação (APC), ampliou os requisitos de tempo para progressão funcional e reformulou os steps salariais. Além disso, o Incentivo à Qualificação (IQ) passou a ser restrito a formações diretamente relacionadas ao cargo. Conclui-se que, embora as mudanças representem uma tentativa de modernização da carreira, há desafios relacionados à previsibilidade da progressão, ao impacto na motivação dos servidores e à necessidade de um acompanhamento contínuo para garantir equidade e valorização profissional.