Braga (São José de São Lázaro), Portugal
This paper draws on the theory of recognition proposed by Honneth (2011) to highlight the role of social criticism in the processes of work resignification based on the intersubjective agreements of social actors, which interprets the place of consented self-exploitation or the new voluntary servitude. In the empirical comparison, two recent case studies were carried out between 2018 and 2023. The first focuses on women founders and successors of family businesses, while the second examines the return to work in the post-covid-19 period. By contrasting the acceptance of both the social conditions of production and reproduction, and their discursive legitimisation embodied in a set of normative and socio-cognitive devices by social actors, a critical sociology of work on emancipation through and in work is advanced.
Cet article s’appuie sur la théorie de la reconnaissance proposée par Honneth (2011) afin de souligner le rôle de la critique sociale dans les processus de re-signification du travail, fondés sur des accords intersubjectifs entre les acteurs sociaux, en interprétant la place de l’autoexploitation consentie ou des nouvelles servitudes volontaires. Deux études de cas, menées entre 2018 et 2023, sont mobilisées dans l’analyse empirique. La première porte sur les femmes fondatrices et héritières d’entreprises familiales et la seconde sur le retour au travail dans la période post-covid-19. En confrontant l’acceptation des conditions sociales de production et de reproduction ainsi que leur légitimation discursive, matérialisée dans un ensemble de dispositifs normatifs et sociocognitifs par les acteurs sociaux eux-mêmes, l’article plaide pour une sociologie du travail critique centrée sur l’émancipation par et dans le travail.
Este texto parte da teoria de reconhecimento proposta por Honneth (2011) para destacar o papel da crítica social dos processos de ressignificação do trabalho, assente em acordos intersubjetivos entre os atores sociais, interpretando-se o lugar de autoexploração consentida ou novas servidões voluntárias. No confronto empírico, foram elaborados dois casos de estudo conduzidos entre 2018 e 2023. O primeiro foca-se nas mulheres fundadoras e sucessoras de empresas familiares e o segundo incide sobre o regresso ao trabalho no período pós-covid-19. Ao contrapor a aceitação quer de condições sociais de produção e reprodução, quer da sua legitimação discursiva plasmada num conjunto de dispositivos normativos e sociocognitivos pelos atores sociais, reivindica-se uma sociologia do trabalho crítica sobre a emancipação pelo e no trabalho.