Socorro, Portugal
Cosmopolitanism is based on the liberal principle of moral egalitarianism, i.e., the moral equality of every human being. At the same time, liberalism, as a historical and political movement, finds in the state the agent and representative of political communities that exercise their sovereign power within national borders. States, therefore, operate by way of the exclusion of non-citizens. Moral egalitarianism, however, questions the “moral significance” of borders and, consequently, the difference between nationals and foreigners. This article analyses this “liberal dilemma”, considering the arguments of those who defend the “right to exclude” and concluding that there may be a legitimate interest in protecting national “goods”, both tangible and intangible, and that this interest justifies controlling access to national territory, but does not justify the “right to exclude”.
Le cosmopolitisme repose sur le principe libéral de l’égalitarisme moral, c’est-à-dire sur la notion d’égale dignité morale de chaque être humain. En même temps, le libéralisme, en tant que mouvement historique et politique, se concrétise dans l’État en tant qu’agent et représentant des communautés politiques qui exercent leur pouvoir souverain à l’intérieur des frontières nationales. Les États fonctionnent donc sur la base de l’exclusion des non-citoyens. Or, l’égalitarisme moral remet en cause la « signification morale » des frontières et, par conséquent, la différence entre nationaux et étrangers. Cet article analyse ce « dilemme libéral » en examinant les arguments de ceux qui défendent le « droit d’exclure » et en concluant qu’il peut y avoir un intérêt légitime à protéger les « biens » nationaux, tant matériels qu’immatériels, et que cet intérêt justifie le contrôle de l’accès au territoire national, mais ne justifie pas le « droit d’exclure ».
O cosmopolitismo assenta no princípio liberal do igualitarismo moral, ou seja, na noção da igual dignidade moral de cada ser humano. Simultaneamente, o liberalismo, enquanto movimento histórico e político, concretiza-se no Estado enquanto agente e representante de comunidades políticas que exercem o seu poder soberano dentro das fronteiras nacionais. Os Estados funcionam, portanto, com base na exclusão dos não cidadãos. O igualitarismo moral questiona, no entanto, o “significado moral” das fronteiras e, consequentemente, a diferença entre nacionais e estrangeiros. Neste artigo, analisa-se este “dilema liberal”, considerando-se as argumentações de quem defende o “direito de excluir” e concluindo-se que pode haver um interesse legítimo em proteger “bens” nacionais, materiais e imateriais, e que esse interesse justifica o controlo do acesso ao território nacional, mas não fundamenta o “direito de excluir”.