A formação continuada de professores é apontada como elemento fundamental para a efetivação da inclusão de alunos cegos no contexto escolar, sendo respaldada por marcos legais como a LDB (1996), a PNEE-EI (2008) e o PNE (2014). No entanto, persistem lacunas entre a formação oferecida e a prática pedagógica inclusiva. Muitos docentes não se sentem preparados para lidar com as necessidades específicas desses estudantes, mesmo após participarem de cursos e certificações. Este estudo tem como objetivo analisar os entraves que dificultam a efetivação da formação continuada voltada à inclusão de alunos cegos nas escolas regulares. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa de literatura, com o intuito de refletir criticamente sobre os fatores que limitam a aplicabilidade dessa formação no cotidiano escolar. Os resultados apontam para a insuficiência de recursos materiais e humanos, a ausência de apoio técnico, a descontinuidade das políticas públicas e, em muitos casos, a fragilidade na abordagem das especificidades da deficiência visual nos programas formativos. Conclui-se que a inclusão de estudantes cegos requer não apenas ações formativas pontuais, mas um investimento contínuo em mudanças estruturais e culturais no sistema educacional. Dessa forma, o artigo destaca a urgência de repensar a formação docente, considerando a diversidade como um valor central e não apenas como um conteúdo a ser cumprido, a fim de garantir uma educação verdadeiramente inclusiva.