Cleidiane Lima Araújo, Felipe de Santana Souza, Gaby Vinhas Brandão, Joana Mara Sampaio Dantas, Lucas Augusto Meirelles, Silvio Luiz Santana de Oliveira Filho, Camille da Silva Batista Santana
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits na interação social, na linguagem e por comportamentos repetitivos. A exposição precoce e prolongada a telas digitais tem gerado preocupações quanto aos seus impactos no desenvolvimento infantil. Objetivo: Analisar a relação entre o uso de telas digitais e o desenvolvimento neuropsíquico de crianças com Transtorno do Espectro Autista, com foco nos impactos cognitivos, comportamentais e socioemocionais associados à exposição excessiva e não supervisionada a esses dispositivos. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, conduzida com base nas diretrizes do PRISMA 2020. Foram selecionados estudos observacionais publicados entre 2019 e 2024, disponíveis nas bases de dados PubMed/MEDLINE, Embase, Scopus, SciELO, Cochrane Library e Google Acadêmico. Os critérios de inclusão abrangeram pesquisas que avaliaram a relação entre o tempo de exposição a telas e marcadores de desenvolvimento em crianças diagnosticadas com TEA. Estudos duplicados, revisões narrativas e artigos com metodologia inadequada foram excluídos. Resultados: Vinte estudos, com a participação de mais de 18 mil crianças, foram incluídos. A exposição excessiva a telas, sem mediação adulta, esteve associada a atrasos na linguagem, prejuízo na atenção compartilhada e agravamento dos sintomas autísticos. Conclusão: O uso excessivo de dispositivos digitais por crianças com TEA está relacionado a impactos negativos no desenvolvimento cognitivo e socioemocional.