Brasil
Se invoca el principio de insignificancia, como mecanismo de exclusión de la tipicidad material, con el propósito de evitar que se criminalicen conductas que no ofendan o no tengan la capacidad de ofender efectivamente el bien jurídico-penal. Como consecuencia del principio de ofensividad en el derecho penal, se entiende, en la jurisprudencia brasileña, que la insignificancia depende de los siguientes requisitos para que sea reconocida en el caso concreto: mínima ofensividad de la conducta, ausencia de peligrosidad social de la acción, bajo grado de reprochabilidad de la conducta e inexpresividad del daño jurídico causado. Se identifica el grupo de los denominados “delitos de acumulación”, o "delitos acumulativos”, cuando, a pesar de las conductas individualmente consideradas inocuas para el bien jurídico, si se suman causarán un daño efectivo, provocando así que el derecho penal “avance” en su protección. A partir de esos conceptos, el presente artículo, utilizando el método dialéctico y la investigación bibliográfica y jurisprudencial, pretende indagar en la posibilidad de aplicar el principio de insignificancia a los delitos ambientales de acumulación, en particular en relación con los contenidos en la Ley 9.605/1998. Al fin y al cabo, ¿serían compatibles los delitos ambientales de acumulación con el principio de insignificancia, en los términos en que ese principio es tratado por la jurisprudencia nacional? Si la respuesta es afirmativa, ¿cuáles serían los criterios para la exclusión de la tipicidad material, considerando que es inherente al delito de acumulación el hecho de que una única conducta, por sí sola, no sea capaz de lesionar efectivamente el bien jurídico?
The principle of insignificance, as a mechanism for excluding material typicality, is brought on with the purpose of preventing conducts that do not offend or do not have the capacity to effectively offend the legal-criminal good, from being criminalized. As a result of the principle of offensiveness in criminal law, it is understood, in Brazilian jurisprudence, that insignificance depends on the following requirements for it to be recognized in the specific case: minimal offensiveness of the conduct, no social dangerousness of the action, reduced degree of reprehensibility of the conduct and inexpressiveness of the legal damage caused. The group of so-called “accumulation crimes”, or “cumulative crimes”, is identified when, despite the fact that the conducts considered individually are harmless to the legal good, if added together, they will cause effective damage, thus making criminal law “step forward” in its protection. Based on these concepts, this article, using the dialectical method and bibliographic and jurisprudential research, aims to investigate the possibility of applying the principle of insignificance to environmental crimes of accumulation, notably in relation to those contained in Law 9.605/1998. After all, would the environmental crimes of accumulation be compatible with the principle of insignificance, in the terms in which this principle is treated by the national jurisprudence? If the answer is affirmative, what would be the criteria for the exclusion of material typicality, considering that it is inherent to the crime of accumulation the fact that a single conduct, by itself, would not be capable of effectively offending the legal good?
O princípio da insignificância, como mecanismo de exclusão da tipicidade material, é invocado com o escopo de impedir que condutas que não ofendam ou não tenham capacidade de ofender, efetivamente, ao bem jurídico-penal, sejam criminalizadas. Como decorrência do princípio da ofensividade no direito penal, entende-se, na jurisprudência brasileira, que a insignificância depende dos seguintes requisitos para que seja reconhecida no caso concreto: mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica provocada. Já o grupo dos chamados “delitos de acumulação”, ou “delitos cumulativos”, é identificado quando, a despeito das condutas individualmente consideradas serem inofensivas ao bem jurídico, se somadas, irão acarretar efetiva lesão, fazendo assim com que o direito penal “se adiante” em sua tutela. A partir de tais conceitos, o presente artigo, utilizando-se do método dialético e da pesquisa bibliográfica e jurisprudencial, tem por escopo perquirir a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância aos delitos ambientais de acumulação, notadamente em relação àqueles constantes na Lei 9.605/1998. Afinal, seriam os delitos ambientais de acumulação compatíveis com o princípio da insignificância, nos termos em que referido princípio é tratado pela jurisprudência pátria? Caso a resposta seja afirmativa, quais seriam os critérios para a exclusão da tipicidade material, tendo em vista que é inerente ao delito de acumulação o fato de que uma só conduta, por si só, não seria capaz de ofender efetivamente ao bem jurídico?