El objetivo de este artículo es investigar los procesos de racionalización de la fuerza laboral y modernización de los modos de vida presentes en la periferia de São Paulo, a partir de la experiencia de vida sin salario. Para ello, establece como premisa que las ocupaciones no asalariadas están en el corazón del modo de vida popular, en el que el deseo de autonomía es su principal característica; Junto a él sobreviven los valores y costumbres tradicionales. A su vez, el emprendimiento como discurso de alcance global, si bien hace referencia al individualismo presente en estas formas de vida, lleva a través de las empresas de impacto social una enfática iniciativa de modernización dirigida a los jóvenes en busca de ascenso social y prestigio, pero también a las personas mayores como esperanza renovada de una vida más satisfactoria. A partir de una etnografía realizada en la periferia de São Paulo y de entrevistas en profundidad, el artículo concluye que el emprendimiento, al proponer la racionalización de las relaciones de trabajo, resulta tanto en la resignificación del conocimiento tradicional como en su reasimilación a través de la forma cultural del emprendimiento popular.
The aim of this article is to investigate processes of rationalisation of the workforce and modernisation of custom practices in the periphery of São Paulo, based on the experience of a wageless life. To this end, it establishes the premise that unwaged work is at the heart of the popular way of life, in which the desire for autonomy is its main characteristic; alongside this, traditional values and customs survive. In turn, entrepreneurship as a globally disseminated discourse, while referring to individualism present in these ways of life, carries, through social impact businesses, an emphatic modernisation initiative aimed at young people in search of social ascension and prestige, but also at older people as a renewed hope of a better life. Based on ethnography conducted on the outskirts of São Paulo and in-depth interviews, the article concludes that entrepreneurship, by proposing the rationalisation of work relations, results in both the resignification of traditional knowledge and its reassimilation through the cultural form of popular entrepreneurship.
O objetivo deste artigo é investigar processos de racionalização da força de trabalho e modernização dos modos de vida presentes na periferia de São Paulo baseados na experiência da vida sem salário. Para isso, estabelece como premissa que as ocupações não assalariadas estão no cerne do modo de vida popular, em que o anseio por autonomia é sua principal característica; junto dele, sobrevivem valores e costumes tradicionais. Por sua vez, o empreendedorismo como discurso de alcance global, ao mesmo tempo que remete ao individualismo presente nesses modos de vida, carrega, através dos negócios de impacto social, uma enfática iniciativa de modernização voltada a jovens em busca de ascensão e prestígio social, mas também para os mais velhos, como renovada esperança de uma vida mais satisfatória. Baseado em etnografia conduzida na periferia de São Paulo e entrevistas aprofundadas, o artigo conclui que o empreendedorismo, ao propor a racionalização das relações de trabalho, resulta tanto na ressignificação de saberes tradicionais quanto em sua reassimilação por meio da forma cultural do empreendedorismo popular.