Brasil
Este artículo investiga cómo el Museu da Casa Brasileira, ubicado en la antigua mansión de una pareja de élite de São Paulo, responde a las demandas contemporáneas de “democratización cultural”. Si, en el momento de su fundación, el museo dudó entre priorizar muebles artísticos representativos de las clases dominantes y, a la inversa, piezas de valor histórico y antropológico emblemáticas de todos los grupos sociales del país, se puede decir que este impasse sigue vigente. El análisis de documentos institucionales y las entrevistas con responsables de las principales secciones de la institución revelan una política cultural dualista: al promover tanto el diseño “erudito” valorado por el público culto como la referencia cotidiana de la casa valorada por visitantes no versados en arquitectura doméstica, el MCB preserva su legitimidad en el mundo de los expertos y, al mismo tiempo, señala su “buena voluntad democrática”.
This article investigates how the Museu da Casa Brasileira, located in the former residence of an elite couple in São Paulo, meets contemporary demands for “cultural democratization”. If, at the time of its foundation, the museum hesitated between prioritizing artistic furniture representative of the ruling classes and, conversely, pieces of historical and anthropological value emblematic of all social groups in the country, it can be said that such a dilemma remains operative to this day. The analysis of institutional documents and interviews with key figures in the institution's main departments reveals a dualistic cultural policy: by promoting both the “erudite” design valued by the cultivated public and the home’s everyday references appreciated by visitors unfamiliar with domestic architecture, MCB preserves its legitimacy in the realm of experts and simultaneously signals its “democratic goodwill”.
Este artigo investiga como o Museu da Casa Brasileira, situado no antigo solar de um casal da elite paulistana, atende às demandas contemporâneas de “democratização cultural”. Se, no momento de sua fundação, o museu hesitou entre priorizar o mobiliário artístico representativo das classes dirigentes e, inversamente, as peças de valor histórico e antropológico emblemáticas de todos os grupos sociais do país, pode-se dizer que tal impasse se mantém operante até os dias atuais. A análise de documentos institucionais e de entrevistas com os responsáveis pelos principais setores da instituição revela uma política cultural dualista: ao promover tanto o design “erudito” valorizado pelo público cultivado quanto o referencial cotidiano da casa prezado por visitantes não versados em arquitetura doméstica, o MCB preserva sua legitimidade no universo dos experts e, a um só tempo, sinaliza sua “boa-vontade democrática”.