Francisco Rosa, Ana Alves Nogueira, Cláudia Melo, Maria Cristina Canavarro, Carlos Carona
Background: Clinical empathy is an intrinsic attribute of the medical profession and is associated with greater physicians’ compassion satisfaction levels. However, little is known about the potentially modifiable mechanisms underlying this relationship. Aim: This study aimed to analyze the direct and indirect effects of clinical empathy on physicians’ compassion satisfaction via the quality of therapeutic relationships and barriers to compassion. Method: A sample of 222 physicians, collected exclusively online, completed a set of self-report instruments. Direct and indirect effects were analyzed using structural equation modeling. Results: Clinical empathy was moderately and positively correlated with the quality of therapeutic relationships and compassion satisfaction, and negatively correlated with barriers to compassion. An indirect effect of clinical empathy on compassion satisfaction was observed through the quality of therapeutic relationships (b = .05, 95% IC [.02; .10]) and barriers to compassion (b = .02, 95% IC [.01; .05]). The model explained around 31% of the variability in compassion satisfaction levels. Conclusions: Higher levels of empathy among physicians may lead to greater compassion satisfaction through better quality of therapeutic relationships and lower perceived barriers to compassion. Intervention programs targeting these mechanisms might increase positive mental health in these professionals.
Contexto: A empatia clínica é um atributo intrínseco à profissão médica, estando associada a níveis mais elevados de satisfação por compaixão em médicos/as. Contudo, pouco se sabe acerca dos mecanismos mediadores e potencialmente modificáveis subjacentes a essa relação. Objetivo: Este estudo visou analisar os efeitos diretos e indiretos da empatia clínica nos níveis de satisfação por compaixão em médicos/as, considerando como mediadores a qualidade das relações terapêuticas e as barreiras à compaixão. Métodos: Uma amostra de 222 médicos/as, recolhida exclusivamente online, preencheu um conjunto de instrumentos de autorresposta. Os efeitos diretos e indiretos foram explorados utilizando modelos de equações estruturais. Resultados: A empatia clínica relacionou-se moderada e positivamente com a qualidade das relações terapêuticas e com a satisfação por compaixão, e negativamente com as barreiras à compaixão. Observou-se um efeito indireto da empatia sobre a satisfação por compaixão, tanto através da qualidade das relações terapêuticas (b = 0,05, 95%IC [0,02; 0,10]), como das barreiras à compaixão (b = 0,02, 95% IC [0,01; 0,05]). O modelo explicou 31% da variabilidade nos níveis de satisfação por compaixão. Conclusões: Níveis mais elevados de empatia em médicos/as poderão favorecer satisfação por compaixão, mediada por relações terapêuticas de melhor qualidade e da perceção de menos barreiras à compaixão. Intervenções focadas nesses fatores poderão melhorar a saúde mental positiva destes/as profissionais.