A COVID-19 resultou em impactos físicos, mentais e funcionais persistentes. Quando esses efeitos se estendem por mais de 12 semanas após a fase aguda da infecção, são caracterizados como Síndrome Pós-COVID-19 (SPC). Nesse contexto, a reabilitação torna-se fundamental para recuperar a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes acometidos. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar possíveis fatores de risco para desenvolvimento de SPC e observar a evolução global de pacientes submetidos ao programa de reabilitação interdisciplinar do Serviço Especializado de Reabilitação do Paciente com Síndrome Pós-COVID (SER Pós-COVID), em Joaçaba, Santa Catarina. Trata-se de um estudo observacional, transversal e quantitativo, realizado por meio de uma análise retrospectiva dos prontuários de pacientes admitidos no SER Pós-COVID. A pesquisa abrangeu pacientes de todas as idades, no período de janeiro de 2023 a dezembro de 2024. Foram analisados 85 prontuários, com predominância do sexo feminino (62,35%) e média etária de 58,69 anos. A maioria era de Joaçaba-SC e 34,12% foram hospitalizados, sendo 14,12% em UTI. Dispneia (74,12%) foi o sintoma mais comum. Comorbidades atingiram 89,41%, destacando-se HAS, obesidade e diabetes. A maioria recebeu três ou mais doses da vacina. Houve melhora funcional significativa no Pico de Fluxo Expiratório e nas escalas do Status Funcional Pós-COVID-19 (PCFS). Concluiu-se que pacientes idosos, do sexo feminino, com múltiplas comorbidades e histórico de infecção grave apresentam maior risco para SPC. A reabilitação mostrou impacto positivo na função respiratória e capacidade funcional, reforçando a importância do acompanhamento pós-COVID.