Maíra Machado da Silva, Adriane Schmidt Pasqualoto, Fernanda dos Santos Pichini, Juliana Alves Souza, Thaís Dias Feltrin, Viviane Bohrer Berni, Angela Ruviaro Busanello Stella
Objetivo: Investigar aspectos da deglutição e qualidade de vida de indivíduos que sobreviveram à COVID-19, estratificados por gravidade da doença e sexo. Métodos: Estudo transversal, observacional e descritivo, realizado no ambulatório Pós-COVID-19 de um hospital universitário. Foram avaliados 39 pacientes previamente internados na UTI COVID-19, divididos em grupos crítico (n=14; 35,9%) e grave (n=25; 64,1%). Os participantes foram submetidos à triagem para risco de disfagia (EAT-10), avaliação clínica da deglutição (V-VST e PARD) e avaliação da qualidade de vida (SF-36). Resultados: A média de idade foi 51,7±14,6 anos. O tempo médio de internação foi de 18,9 dias, com diferenças entre os sexos. Na avaliação da deglutição, 20% dos pacientes graves e 42% dos críticos apresentaram deglutição funcional. No EAT-10, 28% dos pacientes graves e 21,4% dos críticos apresentaram risco para disfagia, enquanto no PARD, as alterações foram observadas em 24% e 50%, respectivamente. O SF-36 mostrou maior comprometimento em Capacidade Funcional, Estado de Saúde Geral, Vitalidade e Saúde Mental nas mulheres do grupo crítico. Conclusão: Pacientes graves e críticos apresentaram risco de disfagia e comprometimento na deglutição. O impacto na qualidade de vida foi mais significativo nos casos graves, especialmente em mulheres e pacientes com internação prolongada, ressaltando a importância da avaliação e reabilitação pós-COVID-19.