Acceso usuarios
Lucas Mizumoto dos Santos Oliveira da Silva
, Raquel Luise Pret
The article analyzes the Livro Abre-Alas of the Independent League of Samba Schools of Rio de Janeiro (LIESA) as a Knowledge Organization System (KOS). The study aims to understand how this publication, originally intended for parade judges, can serve as a tool for cultural preservation and for representing the knowledge produced by samba schools. The methodology employed combines documentary analysis of the Livro Abre-Alas and a literature review on Knowledge Organization and decolonial epistemologies. The results indicate that the Livro Abre-Alas systematizes essential information about the parades, following patterns similar to other KOSs, even though its primary function is not formal archiving or cataloging. Furthermore, it becomes evident that samba schools operate as discursive communities that construct knowledge from subaltern perspectives, contributing to the valorization of peripheral epistemologies. It is concluded that the use of the Livro Abre-Alas as a research tool can help broaden the horizons of Information Science by incorporating popular cultural practices as legitimate objects of documentary and classificatory investigation.
O artigo analisa o Livro Abre-Alas da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) como um Sistema de Organização do Conhecimento (SOC). O estudo busca compreender como essa publicação, originalmente voltada para os jurados dos desfiles, pode servir como ferramenta de preservação cultural e representação do saber produzido pelas escolas de samba. A metodologia empregada combina análise documental do Livro Abre-Alas e revisão bibliográfica sobre Organização do Conhecimento e epistemologias decoloniais. Os resultados indicam que o Livro Abre-Alas sistematiza informações fundamentais dos desfiles, seguindo padrões similares a outros SOCs, ainda que sua função primária não seja a de arquivamento ou catalogação formal. Além disso, evidencia-se que as escolas de samba atuam como comunidades discursivas que constroem conhecimento com base em perspectivas subalternizadas, contribuindo para a valorização de epistemologias periféricas. Conclui-se que a utilização do Livro Abre-Alas como ferramenta de pesquisa pode contribuir para ampliar os horizontes da Ciência da Informação ao incorporar práticas culturais populares como objetos legítimos de investigação documental e classificatória.
