Madrid, España
Este artículo muestra, en primer lugar, que uno de los principales malentendidos en torno a la teoría laboral del valor surge de la no distinción entre determinación real y determinación matemática: aunque matemáticamente sea posible vincular precios de valor (valores expresados en dinero) y precios de producción mediante una transformación lineal que opera en ambas direcciones, desde el punto de vista de una teoría económica realista las «relaciones reales de valor», que tienen lugar en el mundo real, son anteriores a, y determinan de facto, unívocamente, esas relaciones teórico-matemáticas. En segundo lugar, para estudiar adecuadamente los precios es necesario distinguir entre los precios reales, que son tan reales como los valores-trabajo, y el par de precios teórico-hipotéticos que existirían si la tasa de ganancia o la tasa de plusvalía, respectivamente, fueran uniformes (lo que no son en la realidad). En tercer lugar, tras definir las ecuaciones de estos precios de la forma correcta en que aparecen en la literatura, se demuestra que es posible leer la Transformación Marxiana en dos pasos, mostrando que la primera definición marxiana de ambos tipos de precios (definidos a partir de los precios reales) da paso a una segunda y definitiva definición en la que ambos coinciden con las definiciones correctas. En cuarto lugar, se enmarca la transformación en un marco más amplio de varias transformaciones (lineales) para mostrar que los precios de valor y los precios de producción están relacionados, también exactamente, por un lado, con los precios reales y por otro con los valores y cantidades de trabajo directo representados en las mercancías, de modo que todos los vectores implicados son calculables simultáneamente dentro de un mismo sistema contable. En quinto lugar, se explica por qué una teoría física del valor, basada en una sustancia de valor alternativa al trabajo, no puede prosperar. Y, por último, se demuestra que el único factor productivo de valor es el trabajo y, aunque todos los factores cooperan con el trabajo en la producción de riqueza (valores de uso), ésta es una cuestión irrelevante para la determinación de los precios.
This article first shows that one of the main misunderstandings surrounding the labour theory of value arises from the non-distinction between real determination and mathematical determination: although mathematically it is possible to link value prices (values expressed in money) and production prices through a linear transformation that operates in both directions, from the point of view of a realistic economic theory the “real relations of value”, which take place in the real world, are prior to, and determine de facto, univocally, those theoretical-mathematical relationships. Secondly, to study prices appropriately it is necessary to distinguish between actual prices, which are as real as labour-values, and the pair of theoretical-hypothetical prices that would exist if the rate of profit or the rate of surplus value, respectively, were uniform (which they are not in reality). Thirdly, after defining the equations of these prices in the correct way in which they appear in the literature, it is proven that it is possible to read the Marxian Transformation in two steps, showing that the first Marxian definition of both types of prices (defined from actual prices) gives way to a second and definitive definition in which both coincide with the correct definitions. Fourthly, the transformation is framed in a broader framework of various (linear) transformations to show that value prices and production prices are related, also exactly, on the one hand to actual prices and on the other hand to the values and quantities of direct labour represented in the commodities, so that all the vectors involved are calculable simultaneously within a single accounting system. Fifthly, it is explained why a physical theory of value, based on a substance of value alternative to labour, cannot prosper. And finally it is shown that the only productive factor of value is labour, and, although all factors cooperate with labour in the production of wealth (use values), this is an irrelevant question for the determination of prices.
Este artigo mostra, em primeiro lugar, que um dos principais mal-entendidos em torno da teoria do valor do trabalho decorre da não distinção entre determinação real e determinação matemática: embora matematicamente seja possível vincular os preços de valor (valores expressos em dinheiro) e os preços de produção por meio de uma transformação linear que opera em ambas as direções, do ponto de vista de uma teoria econômica realista, as “relações reais de valor”, que ocorrem no mundo real, são anteriores e determinam de fato, univocamente, essas relações teórico-matemáticas. Em segundo lugar, para estudar os preços adequadamente, é necessário distinguir entre os preços reais, que são tão reais quanto os valores do trabalho, e o par de preços teórico-hipotéticos que existiriam se a taxa de lucro ou a taxa de mais-valia, respectivamente, fossem uniformes (o que não é o caso na realidade). Em terceiro lugar, depois de definir as equações desses preços da maneira correta em que aparecem na literatura, fica provado que é possível ler a transformação marxiana em duas etapas, mostrando que a primeira definição marxiana de ambos os tipos de preços (definidos a partir dos preços reais) dá lugar a uma segunda e definitiva definição em que ambos coincidem com as definições corretas. Em quarto lugar, a transformação é enquadrada em uma estrutura mais ampla de várias transformações (lineares) para mostrar que os preços de valor e os preços de produção estão relacionados, também de forma exata, por um lado, aos preços reais e, por outro lado, aos valores e quantidades de trabalho direto representados nas mercadorias, de modo que todos os vetores envolvidos possam ser calculados simultaneamente em um único sistema contábil. Em quinto lugar, explica-se por que uma teoria física do valor, baseada em uma substância de valor alternativa ao trabalho, não pode prosperar. E, por fim, é demonstrado que o único fator produtivo de valor é o trabalho e que, embora todos os fatores cooperem com o trabalho na produção de riqueza (valores de uso), essa é uma questão irrelevante para a determinação dos preços.