Na medida em que o processo de urbanização se intensifica mundialmente, concomitante ao aumento da pobreza nas periferias das grandes cidades, a agricultura urbana e periurbana (AUP) assume importância estratégica no conjunto de iniciativas públicas e privadas com vistas a garantir produção de alimentos, segurança alimentar e nutricional, geração de postos de trabalho, assim como também de estímulo à criação de espaços urbanos sustentáveis. Esta tendência se fortaleceu com a aprovação da Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Por outro lado, observa-se a existência de alguns desafios para a viabilização dessas iniciativas, inerentes à natureza dos empreendimentos. Este artigo tem o objetivo de analisar a agricultura urbana e periurbana do município de Macapá - AP, uma capital com mais de 500 mil habitantes, de um Estado periférico da região amazônica, a partir dos canais de comercialização existentes, de modo a identificar a relação entre a produção urbana de alimentos e o abastecimento da cidade. Apontar possíveis dificuldades, limitações e a capacidade de expansão desta importante atividade econômica. A pesquisa conclui que apesar de uma diversidade de canais passíveis de serem acessados pela AUP, os canais curtos de comercialização como as vendas diretas e as feiras-livres continuam sendo as instâncias de escoamento da produção.