A explotação de recursos não convencionais utilizando da técnica do fraturamento hidráulico foi determinante para o significativo aumento da produção de hidrocarbonetos na Argentina e Estados Unidos, com a consequente redução de sua dependência energética externa. Contudo, a produção não convencional continua sendo um tema muito debatido, em função da percepção, por uma parte da sociedade civil, de que os riscos oferecidos por esta atividade ultrapassam seus benefícios. Este trabalho visa analisar o impacto do fraturamento no meio ambiente, em especial com relação aos recursos hídricos. De forma a melhor alcançar este objetivo, e ao mesmo tempo estabelecer uma fonte compreensiva para consultas futuras que, certamente, irão auxiliar no aprimoramento do conhecimento acerca desta atividade, este trabalho se dedica a descrever e avaliar os seguintes aspectos: fundamentos técnicos das operações de fraturamento hidráulico; levantamento das áreas ambientalmente sensíveis na Bacia do Paraná, em especial nos estados do Paraná e de São Paulo, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação; descrição de bacias hidrográficas, águas subterrâneas e relações oferta e demanda hídrica para os estados de interesse. Pode-se concluir que o impacto das atividades de “fracking” nos recursos hídricos é quantitativamente reduzido em geral e qualitativamente bem conhecido, sendo possível o estabelecimento de regras claras, objetivas e de fácil seguimento pelas autoridades para assegurar seu desenvolvimento em regiões adequadas, limitando a ocorrência e alcance de eventuais eventos negativos até limites compatíveis com os benefícios gerados pela atividade.