City of Chicago, Estados Unidos
«Phénomènes de seuil:
Jacques Derrida et la question de l’hospitalité» examine la pensée de Jacques Derrida sur l’hospitalité à la lumière de son séminaire de deux ans du milieu des années 1990 récemment publié sur le sujet. L’essai commence par replacer la question de l’hospitalité dans le contexte de la récente pandémie de COVID et de la manière dont la pandémie a changé, parfois à court terme et parfois de manière plus permanente, nos pratiques d’hospitalité dans nos foyers et nos États‑nations. L’essai examine ensuite le rôle de la question dans le traitement de l’hospitalité par Derrida, en distinguant une question philosophique ou définitionnelle posée sur l’étranger d’une question sociopolitique posée par le souverain à l’étranger et, enfin, d’une mise en cause du souverain par l’étranger, un questionnement éthique qui perturbe le pouvoir et l’autorité supposés du souverain et ouvre la porte à ce que Derrida appelle l’hospitalité «inconditionnelle».
Ce qui suit est une longue analyse de la façon dont Derrida traite de l’aporie ou de l’antinomie entre cette hospitalité inconditionnelle et illimitée et l’hospitalité conditionnelle et réciproque des coutumes, des lois et des traités. L’essai se termine en examinant l’affirmation de Derrida selon laquelle, en plus de penser l’hospitalité en termes d’inconditionnel et de conditionnel, l’hospitalité doit aussi être comprise comme un «art» ou une «poétique», bref, comme le suggère le titre de l’essai, comme une négociation perpétuelle et toujours fragile du seuil.
«Fenómenos do Limiar: Jacques Derrida e a Questão da Hospitalidade» analisa o pensamento de Jacques Derrida da hospitalidade à luz do seu seminário de dois anos, de meados da década de 90, recentemente publicado, sobre a temática. O ensaio começa por situar a questão da hospitalidade no contexto da recente pandemia de COVID-19 e da forma como a pandemia alterou, por vezes apenas a curto prazo e outras mais permanentemente, as práticas de hospitalidade nas nossas casas e nos nossos Estados-nação. Em seguida, analisa o papel da questão no tratamento da hospitalidade por Derrida, distinguindo uma questão filosófica ou definicional colocada quanto ao estrangeiro de uma questão sociopolítica colocada pelo soberano ao estrangeiro e, finalmente, de um pôr-em-questão do soberano pelo estrangeiro, um questionamento ético que perturba o suposto poder e a autoridade do soberano, abrindo a porta àquilo a que Derrida chama hospitalidade «incondicional». O que se segue é uma longa análise do tratamento dado por Derrida à aporia ou antinomia entre esta hospitalidade incondicional e ilimitada e a hospitalidade condicional e recíproca dos costumes, leis e tratados. O ensaio conclui examinando a afirmação de Derrida de que, para além de pensar a hospitalidade em termos do incondicional e do condicional, a hospitalidade deve também ser entendida como uma «arte» ou uma «poética», em suma, como o título do ensaio sugere, como uma negociação perpétua e sempre frágil do limiar.
“Threshold Phenomena: Jacques Derrida and the Question of Hospitality” considers Jacques Derrida’s thinking of hospitality in light of his recently published two-year seminar from the mid-1990s on the topic. The essay begins by putting the question of hospitality into the context of the recent COVID pandemic and the ways in which the pandemic changed, sometimes just in the short term and sometime more permanently, our practices of hospitality in both our homes and our nation-states. The essay then considers the role of the question in Derrida’s treatment of hospitality, distinguishing a philosophical or definitional question posed about the foreigner from a socio-political question posed by the sovereign to the foreigner from, finally, a putting-into-question of the sovereign by the foreigner, an ethical questioning that disrupts the supposed power and authority of the sovereign and opens the door to what Derrida calls “unconditional” hospitality. What follows is a long analysis of Derrida’s treatment of the aporia or antinomy between this unconditional, unlimited hospitality and the conditional, reciprocal hospitality of customs, laws, and treaties. The essay concludes by considering Derrida’s claim that, in addition to thinking hospitality in terms of both the unconditional and the conditional, hospitality must also be understood as an “arts or a “poetics,” in short, as the title of the essay suggests, as a perpetual and always fragile negotiation of the threshold.