The present article aims to study the fundamental aspects and characteristics of coloniality, decoloniality, and their relationships with the era of AI and new technologies, a context also referred to as digital colonialism. It posits the hypothesis that new information and communication technologies, including AI systems, embedded in a scenario of colonial domination by the global North, represented by the United States of America through its major companies (big tech), reproduce the discrimination, racism, and capitalist exploitation characteristic of modernity. Additionally, they abusively extract data from individuals, leading to regulatory discussions with unilateral and exclusionary parameters. This highlights the need for decolonial projects, such as the decolonial turn proposed by Maldonado-Torres even in the pre-digital era. Building on this, the article discusses the perpetuation of the state of colonialism and coloniality, defines these terms by contextualizing them for the digital realm, and demonstrates the risks of integrating AI systems, particularly due to algorithmic bias. Finally, the article seeks to update the decolonial turn in response to the needs presented by AI development, supported by the analytics of knowledge, being, and power. Methodologically, it is an exploratory research with a hypothetical-deductive procedure, a qualitative and transdisciplinary approach, and a bibliographic review research technique
O presente artigo objetiva estudar os aspectos e as características fundamentais sobre colonialidade, decolonialidade e suas relações com a era da IA e das novas tecnologias, contexto também nomeado de colonialismo digital. Parte da hipótese de que as novas tecnologias da informação e comunicação, incluindo os sistemas de IA, por estarem inseridos em um cenário de dominação colonial do Norte global, representado pelos Estados Unidos da América através de suas grandes companhias (big techs), reproduzem a discriminação, o racismo e a exploração capitalista característicos da modernidade, bem como extraem abusivamente dados de indivíduos, ensejando discussões regulatórias com parâmetros unilaterais e excludentes. Isso expõe a necessidade de projetos decoloniais, tais como o giro decolonial proposto por Maldonado-Torres ainda na era pré-digital. A partir disso, discorre-se sobre a manutenção do estado de colonialismo e colonialidade, conceitua-se os seus termos ao contextualizá-los para o digital. Ainda, demonstram-se os riscos da inserção dos sistemas de IA, principalmente em razão do viés algorítmico. Por fim, busca-se atualizar o giro decolonial conforme necessidades apresentadas pelo desenvolvimento da IA, apoiado pela analítica do saber, do ser e do poder. Metodologicamente, trata-se de pesquisa exploratória, com procedimento hipotético-dedutivo, abordagem qualitativa e transdisciplinar e técnica de pesquisa de revisão bibliográfica