Lola Fainsod, Damián Kennedy, Ignacio Paola
En nuestro país, al menos desde comienzos de este siglo, la sobreeducación de la fuerza de trabajo universitaria se constituyó en un fenómeno de carácter estructural, en exceso a las propias necesidades cíclicas. Dicho carácter estructural conlleva al debate respecto a la “funcionalidad” de los excedentes de población.
El presente artículo se propone como objetivo principal investigar la dinámica evidenciada por los universitarios sobreeducados según sector de empleo (formal, informal y público) en relación con aquella ocupada en puestos de trabajo acorde a su formación, tanto en términos de significancia cuantitativa como de ingresos y calidad del vínculo laboral. La fuente de información está constituida por la Encuesta Permanente de Hogares (EPH) continua, relevada por el Instituto Nacional de Estadísticas y Censos (INDEC). El período de análisis abarca los subperíodos 2004-2014 y 2016-2023.
Dos son los resultados principales. Por un lado, que una creciente porción de la fuerza de trabajo universitaria su ocupa en el sector formal (independientemente del ciclo económico) y el sector público (en el primer subperíodo), mientras que en el sector informal se evidencia un crecimiento moderado en el segundo subperíodo. Por el otro, que la fuerza de trabajo universitaria sobreeducada en el sector formal y el sector público constituye, de modo general, un elemento regulador del ingreso y calidad del empleo de aquella en puestos profesionales del sector formal (con más fuerza en el primer subperíodo), mientras que -al menos de modo contundente- lo propio no puede afirmarse en relación con los universitarios del sector informal.
In our country, at least since the beginning of this century, the overeducation of the university workforce has become a structural phenomenon, exceeding cyclical needs. This structural characteristic leads to a debate regarding the "functionality" of the surplus population.
The main objective of this article is to investigate the dynamics evidenced by overeducated university graduates according to employment sector (formal, informal, and public) in relation to those employed in jobs aligned with their education, both in terms of quantitative significance and income and quality of the employment relationship. The information source is the survey Encuesta Permanente de Hogares (EPH) conducted by the Instituto Nacional de Estadísticas y Censos (INDEC). The analysis period covers the sub-periods 2004-2014 and 2016-2023.
There are two main findings. Firstly, a growing portion of the university workforce is employed in the formal sector (regardless of the economic cycle) and the public sector (in the first subperiod), while a moderate increase in the informal sector is observed in the second sub-period.
Secondly, the overeducated university workforce in the formal and public sectors generally acts as a regulating element for the income and quality of employment of those in professional positions in the formal sector (more strongly in the first sub-period), whereas this cannot be definitively asserted for university graduates in the informal sector.
Em nosso país, pelo menos desde o início deste século, a supereducação da força de trabalho universitária tornou-se um fenômeno estrutural, em excesso às necessidades cíclicas. Esse caráter estrutural leva a um debate sobre a “funcionalidade” da população excedente.
O principal objetivo deste artigo é investigar a dinâmica dos estudantes universitários com excesso de escolaridade de acordo com o setor de emprego (formal, informal e público) em relação àqueles empregados em empregos alinhados com sua formação, tanto em termos de significância quantitativa quanto em termos de renda e qualidade do vínculo empregatício. A fonte de informações é a Pesquisa Permanente de Domicílios (Encuesta Permanente de Hogares, EPH), uma pesquisa contínua realizada pelo Instituto Nacional de Estadísticas y Censos (INDEC). O período de análise abrange os subperíodos 2004-2014 e 2016-2023.
Há dois resultados principais. Por um lado, uma parcela crescente da força de trabalho universitária está empregada no setor formal (independentemente do ciclo econômico) e no setor público (no primeiro subperíodo), enquanto o setor informal apresenta crescimento moderado no segundo subperíodo. Por outro lado, a força de trabalho universitária com formação superior nos setores formal e público é, em geral, um elemento regulador da renda e da qualidade do emprego dos primeiros em cargos profissionais no setor formal (mais fortemente no primeiro subperíodo), enquanto que - pelo menos de forma convincente - o mesmo não pode ser afirmado em relação aos graduados universitários no setor informal.