Francisco Fianco
El presente texto tiene como tema la intersección entre el hecho histórico y el drama familiar presente en la novela A resistência, de Julián Fuks. El relato, que siempre bordea la autocomprensión psicoanalítica y las cicatrices dejadas en la sociedad por los regímenes de excepción latinoamericanos, tematiza la relación de la familia con un hijo adoptivo, huérfano por la dictadura, y es narrada por el hermano menor, que intenta desentrañar el origen de su hermano al mismo tiempo que los conflictos familiares están haciendo insostenible lo que no se dice dentro de la familia. Junto a ello, nuestra investigación intentará comprender la historia oficial como un ejemplar de borradura, entendiendo el relato literario como el espacio de emergencia de otra historia, aunque esta no tenga relación con el hecho histórico tal como se entiende tradicionalmente, y más bien un compromiso con la verdad subjetiva de los sujetos implicados. Para ello, utilizaremos como principales subsidios teóricos los textos sobre el concepto de historia de Walter Benjamin, el texto sobre el espacio literario de Maurice Blanchot y las reflexiones sobre historia y ficción de Jacques Rancière.
The present text has as its theme the intersection between historical fact and family drama present in the novel A resistência, by Julián Fuks. The narrative, which always borders on psychoanalytic self-understanding and the scars left in society by Latin American exception regimes, thematises the family's relationship with an adopted son, orphaned by the dictatorship, and is narrated by the younger brother, who tries to unravel the origin of his brother at the same time that family conflicts are making unsustainable what is not said within the family. Alongside this, our investigation will try to understand the official history as a specimen of erasure, while seeing the literary narrative as the space for the emergence of another history, even if this has no relation to the historical fact as traditionally understood, and rather a commitment to the subjective truth of the subjects involved. To do so, we will use as main theoretical subsidies Walter Benjamin's text on the concept of history, Maurice Blanchot's text on literary space and Jacques Rancière's reflections on history and fiction.
O presente texto tem como tema a intersecção entre fato histórico e drama familiar presente no romance A resistência, de Julián Fuks. A narrativa, que margeia sempre pela autocompreensão psicanalítica e as cicatrizes deixadas na sociedade pelos regimes de exceção latino-americanos, tematiza a relação da família com um filho adotado, órfão da ditadura, e é narrado pelo irmão mais novo, que tentar desvendar a origem de seu irmão ao mesmo tempo em que os conflitos familiares vão tornando insustentável aquilo que não é dito no seio familiar. A par disto, nossa investigação vai tentar entender a história oficial como uma espécime de apagamento ao mesmo tempo que ver a narrativa literária como o espaço de emergência de uma outra história, ainda que esta não tenha relação com o fato histórico como entendido tradicionalmente, e sim um compromisso com a verdade subjetiva dos sujeitos envolvidos. Para tanto, usaremos como principais subsídios teóricos os textos Walter Benjamin sobre o conceito de história, o texto de Maurice Blanchot sobre o espaço literário e as reflexões sobre história e ficção de Jacques Rancière.